Defesa muda de tática no julgamento do caso Dorothy Stang

A defesa de Clodoaldo Batista, um dos acusados do assassinato da irmã Dorothy Stang, mudou de tática e agora pede a absolvição dele. A nova estratégia foi adotada após o depoimento de uma testemunha do crime que disse que o acusado não estava armado. O julgamento de dois dos cinco acusados do homicídio (Clodoaldo e Rayfran das Neves) deverá ser concluído por volta das 21 horas de hoje.

O julgamento é em Belém. Dorothy, missionária norte-americana, naturalizada brasileira, foi morta em Anapu (PA) com tiros à queima-roupa, em fevereiro de 2005. A promotoria (acusação) pediu a punição máxima para os acusados, que é de 30 anos, por homicídio duplamente qualificado ? crime de encomenda e sem chance de defesa.

No entanto, os defensores públicos (advogados de defesa) apelavam para que os acusados fossem julgados por crime comum, cuja pena máxima é de sete a dez anos de prisão. Com o depoimento da testemunha, a defesa de Clodoaldo quer agora a absolvição do cliente.

Os dois acusados estão usando na defesa integrantes da Defensoria Pública, alegando que não têm dinheiro para pagar advogados. Os pais de Rayfran dos Santos, que é réu confesso, estão em uma sala reservada do Fórum, sob proteção policial. A mãe do acusado pediu proteção policial à justiça, alegando que foi ameaçada de morte, por telefone, pela esposa de Amair Feijoli. Feijoli é acusado de ser mandante do crime. Segundo a mãe de Rayfran, nas ameaças a mulher teria dito que Rayfran teria falado demais no depoimento.

O julgamento está sendo acompanhado pela imprensa internacional. Uma tv norte- americana está fazendo um documentário sobre o trabalho da missionária, o assassinato e o julgamento. Dois irmãos de Dorothy vieram dos Estados Unidos e acompanham o julgamento, presenciado também pelo ministro interino da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Mario Mamede.

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