Defesa de Suzane diz que ficou com a ‘bomba’ na mão

?Fiquei com a bomba na mão?, disse o advogado Mauro Otávio Nacif após os debates de ontem, sobre o argumento que guardava para os minutos finais do júri para ?salvar? Suzane von Richthofen. Para desativar a bomba anunciada pelo defensor, o Ministério Público optou por não fazer a réplica. Nacif havia guardado sua ?grande jogada? para a tréplica. Segundo ele, o plano era dizer aos jurados, a oito minutos do fim do tempo, que se Marísia estivesse viva, por ser mãe, perdoaria a filha. Pediria a eles que se colocassem no lugar dela para absolver a jovem. Planejava falar em três minutos e criar nos outros cinco um enorme silêncio para os jurados.

Mesmo sem bomba, soltou uma biribinha. Nacif anunciou a novidade a menos de 30 minutos do fim de seu tempo para defesa. Tentou convencer os jurados de que Suzane matou os pais induzida por Daniel. Mas só percebeu que o ex-namorado era um ?canalha? quando ele a orientou a acusar o pai, Manfred, de estupro, na carceragem do Fórum da Barra Funda, em 4 de fevereiro de 2003. ?Nesse dia caiu a ficha?, disse.

Com frases de impacto, Nacif foi para o tudo ou nada: Suzane será absolvida ou condenada com as três qualificadoras. Ele bateu na tecla de que, se ela não tivesse conhecido Daniel, os pais estariam vivos. ?Quem entender que ela é uma menina diabólica, feiticeira e que sozinha teve essa idéia (do crime), há de condenar Suzane. Quem tiver dúvida e entender que a idéia foi de Daniel, que abra as portas para a absolvição de Suzane.

Apesar do argumento do advogado, Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos de prisão em regime fechado pelos dois homicídios e seis meses em semi-aberto por fraude processual (eles tentaram forjar um latrocínio). Christian Cravinhos pegou 38 anos em regime fechado e seis meses no semi-aberto.

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