Defensoria propõe negociação para vítimas do Metrô

Um grupo de moradores de imóveis atingidos pelo acidente no Metrô de São Paulo ouviu a seguinte recomendação: a solução negociada com o Consórcio Via Amarela é o melhor caminho a ser tomado por eles, caso queiram obter rapidamente os seus direitos. Entrar na Justiça só depois de esgotar todas as possibilidades de negociação, uma vez que as empresas já se pronunciaram como partes diretamente envolvidas no acidente. "Vai depender da boa vontade das partes, em especial do consórcio. Eles precisam colocar em prática essa postura (de assunção de responsabilidade)", afirmou o defensor público Carlos Loureiro.

A Defensoria Pública do Estado realizou hoje uma primeira reunião com um grupo de moradores. Pouco mais de 20 famílias participaram do encontro que começou no início da noite no Hotel Mercure. Com sinais de esgotamento físico e emocional, eles mais ouviram do que questionaram os defensores. Após uma explanação inicial, cada família foi relatar individualmente sua situação. Os dados formarão um cadastro que ajudará na orientação do processo de defesa das vítimas.

Negociar com as empresas deve ser a melhor situação, porque uma das partes envolvidas é o Estado, dono do Metrô paulistano. Em processos abertos na Justiça onde o governo estadual é co-réu, isto é, deve responder pela responsabilidade ainda que indireta dos fatos, os casos podem se arrastar por anos e até décadas

Num primeiro momento, além do cadastro, a Defensoria está se colocando à disposição dos moradores para orientação. Posteriormente, e caso a caso, vai pleitear para os interessados o tamanho da indenização. É prematuro falar em valores neste momento, alerta o defensor Loureiro. "Mas, seguramente, a pretensão deve ser a mais justa."

Os defensores vão atuar mesmo para famílias que, teoricamente, poderiam pagar por atendimento jurídico. Em situações normais, o órgão atua só na defesa de quem não pode constituir um advogado. Na reunião, participaram advogados particulares. Eles afirmaram terem sido constituídos por proprietários e inquilinos, e estavam ali para se inteirar de como a Defensoria Pública irá atuar no caso. "Para estarmos em consonância com a linha de defensa da maioria dos moradores", afirmou o advogado Gustavo Marinho de Carvalho, que representa uma família de inquilinos e outra dona de um imóvel da Rua Gilberto Sabino. "Se alguém mais quiser pode nos procurar, mas não corremos atrás de clientes.

Voltar ao topo