Dado da Planam pode comprometer mais parlamentares

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem em mãos arquivos digitais dos computadores da Planam, uma das empresas acusadas de fornecer ambulâncias superfaturadas no esquema desbaratado pela Operação Sanguessuga, que podem levar a novos nomes de parlamentares envolvidos nas fraudes. Os arquivos contém listagens com nomes e emendas de parlamentares, acompanhadas de valores e números de contas correntes – indicativo de pagamento de propina. Os registros fazem parte de um Hard Disk (HD) entregue ao tribunal por Eduardo Mahon, advogado de Maria da Penha Lino, ex-funcionária do Ministério da Saúde e da própria Planam presa e denunciada à Justiça por participação no esquema.

Além dos registros, o HD também contém um arquivo, que, segundo Mahon, seria a lista de contatos da Planam, contendo o nome de 283 parlamentares e as respectivas emendas destinadas à compra de ambulâncias. Tal lista, por ser genérica, é considerada um indício menos relevante por autoridades que acompanham as investigações. O equipamento foi retirado de um dos computadores da Planam por um colaborador de Penha e repassado ao advogado, que o entregou ao Supremo há duas semanas. Por isso, não integra o material obtido pela Polícia Federal nas buscas e apreensões.

Em alguns casos, consta no documento nome do próprio parlamentar e sua respectiva conta. É a situação, por exemplo, dos deputados Reginaldo Germano (PP-BA), Cabo Júlio(PMDB-MG), Osmânio Pereira (PTB-MG) e do ex-deputado Ronivon Santiago, preso na operação. A procuradoria já identificou alguns assessores que passaram por diversos gabinetes e ainda continuam na Câmara, lotados na equipe de parlamentares cujos nomes ainda não surgiram nas investigações.

Até o momento, a Procuradoria Geral da República solicitou ao Supremo a abertura de inquérito contra 15 parlamentares suspeitos de terem recebido propina do esquema em troca da subscrição de emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias.

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