Custo da coalizão

O último da fila de abraços no recém-empossado ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ainda aguardava paciente a sua vez, e os intrépidos dirigentes do PMDB já se engalfinhavam na desabrida cobrança da nomeação dos presidentes e diretores das estatais do sistema elétrico (Eletrosul, Eletrobrás e Eletronorte).

A presidência da Eletrosul, para a qual o PMDB indicara o ex-governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira, foi dada ao petista Jorge Boeira, indicado pela senadora Ideli Salvatti. Segundo a exegese planaltina, a nomeação do petista é um agradecimento ao apoio da bancada liderada por Ideli na absolvição de Renan Calheiros.

Para a Eletrobrás o PMDB, dominado pelo infindável José Sarney, está indicando Astrogildo Quental. Na regra três aparece o também afilhado do pajé maranhense, Flávio Decatt.

Um pouco acima na geografia brasileira, na área de influência da Eletronorte, a prerrogativa de nomear o presidente pertence ao deputado federal Jader Barbalho (PA), cujo escolhido é Lívio Assim. Para não quebrar a corrente, do PMDB de Minas Gerais deverá sair o nome do ocupante da diretoria internacional da Petrobras.

O varejo das nomeações penduradas na cota do partido-ônibus tem, ainda, cerca de vinte cargos a serem disputados, obviamente, entre tapas e beijos. E o presidente Lula não se cansa de afirmar que o partido será sempre recebido de braços abertos por seu governo. Governo de coalizão é isso aí…

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