A partir desta sexta-feira (29), um grupo de vereadores começa a vistoriar as condições dos viadutos e pontes de Curitiba. O objetivo da Comissão Especial para Avaliação de Pontes e Viadutos é evitar que a capital paranaense seja palco de uma tragédia, como da ponte de Gênova, na Itália, que despencou em agosto de 2018, deixando 37 mortos, ou da queda do viaduto na Marginal Pinheiros em novembro de 2018, que piorou ainda mais o trânsito caótico de São Paulo.

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A comissão é formada por nove vereadores. Também participam das vistorias engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), do Instituto de Engenharia do Paraná e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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“A comissão é para nos anteciparmos a uma eventual tragédia, como já aconteceu em outras cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo é ter esse diagnóstico, conhecer nossos viadutos e saber se eles precisam de alguma ação urgente de manutenção”, explica o vereador Bruno Pessutti (PSD), presidente da comissão.

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As primeiras estruturas fiscalizadas pela comissão nesta sexta-feira serão a ponte de madeira do Parque Tingui e o Viaduto do Capanema, em frente à rodoviária. A ponte do Tingui chegou a ser interditada em janeiro de 2018 após um buraco se abrir no meio da estrutura. A estrutura ficou 20 dias fechada para veículos e o valor da reconstrução da estrutura foi de R$ 200 mil.

Estruturas que preocupam

Em setembro, a parede lateral do Viaduto da Rua Vicente Michelotto, na CIC, desabou e por pouco não atingiu um motociclista que passava no local. A estrutura foi consertada pela prefeitura.

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No mesmo mês, moradores do bairro Cajuru não esconderam o medo com uma rachadura enorme no viaduto que liga a Avenida Prefeito Maurício Fruet com a Rua Toufic Raad. Após a reportagem, engenheiros da Secretaria Municipal de Obras Públicas foram ao local e constataram que os danos não eram estruturais, apenas de vedação.

Viaduto do Tarumã

Outro viaduto que tem levantado preocupação é o do Tarumã, na Avenida Victor Ferreira do Amaral, debaixo da Linha Verde. Também em setembro, a estrutura foi alvo de fiscalização do Crea-PR. A vistoria foi feita após uma série de denúncias sobre rachaduras, pilares expostos e outros sinais de degradação.

Vistoria da comissão de vereadores vai começar pelo viaduto do Capanema. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Segundo o Crea-PR, após a vistoria, a situação do viaduto do Tarumã está sendo analisada por uma câmara especializada. Mas, a princípio, nada de mais grave foi detectado. “Existe armaduras expostas, mas não é um risco eminente de queda. Sendo assim, a estrutura não está comprometida”, explica a engenheira civil do Crea-PR Gisela Godoi.

Quando for finalizado, o laudo do viaduto será entregue para a prefeitura, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com a PRF, passam pelo viaduto do Tarumã aproximadamente 119 mil veículos por dia, sendo 48,7 mil no eixo da Victor Ferreira do Amaral e 70,2 mil na Linha Verde.

O viaduto do Tarumã está também no pacote de obras de conclusão da Linha Verde, via que liga as regiões Norte e Sul da ciedade e está em construção desde 2006, ainda no primeiro mandado do então prefeito Beto Richa (PSDB). A revitalização da estrutura é uma das principais obras anunciadas pelo prefeito Rafael Greca (DEM), cujo mandado termina no fim de 2020, caso não seja reeleito.

Em julho deste ano, a prefeitura abriu licitação da obra. Pelo projeto, a nova estrutura será transformada em um viaduto triplo, com canaleta para biarticulados, uma trincheira para desafogar o trânsito pesado da região e até mesmo um terminal de ônibus.

 

 

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