Efeito colateral

Supermercados alertam pra corrida por produtos com novo decreto da covid-19 no Paraná

Alimentos / SupermeSupermercado em Curitiba. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / Arquivo

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) fez um alerta sobre os efeitos indesejados que o decreto mais rígido do governo estadual para enfrentar a pandemia pode ter sobre o serviço essencial de abastecimento da população. Segundo a Apras, a limitação a 30% da capacidade e o fechamento dos mercados aos domingos pode gerar “tumultos e aglomerações, principalmente na véspera e no dia posterior ao fechamento”.

Os supermercadistas dizem que a experiência já adquirida na pandemia mostra que a população “é extremamente afetada psicologicamente quando existe algum risco de abastecimento”. “Assim como diversas pessoas correram para os supermercados no início da pandemia para estocar produtos, o fechamento das lojas aos domingos poderá ocasionar uma correria para a população se abastecer, inclusive fazendo muitas pessoas irem às compras sem a real necessidade”, diz a nota da entidade.

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Antes mesmo do decreto assinado pelo governador Ratinho Jr terça-feira (30), os supermercados já estavam limitando a entrada nas lojas. A Apras alerta que a redução do atendimento para 30% da capacidade, assim como o fechamento aos domingos, surtirá efeito contrário. “Ao invés de garantir o distanciamento social, criará longas filas na parte externa dos estabelecimentos, o que será muito complicado nestes dias em que a previsão é de muita chuva e frio”, aponta a entidade.

Preocupados com o risco de as mudanças colocarem a população em situação mais vulnerável, os empresários do setor argumentam que, por envolver atividade essencial, a “opção mais segura e eficaz é garantir que os supermercados estejam abertos e seguindo todos os protocolos de segurança, possibilitando que a população consiga se abastecer com tranquilidade e sem riscos”.

Vai faltar produtos?

“Pesquisa da Fecomércio mostrou que em março, primeiro mês da pandemia, houve uma corrida às farmácias e supermercados, provocando aumento de 21% e 16% no faturamento, respectivamente, na comparação com o mês de fevereiro. No mês seguinte, no entanto, segundo entrevista à Gazeta do Povo do empresário Joanir Zonta, da Rede Condor, o setor desacelerou, por que a população já estava “estocada”. “No início de abril, o comprador viu que não teria falta de produtos e passou a só repor o complemento. Por isso não teve uma venda boa em abril. Mas, se juntar março e abril, ficou dentro de uma média”, disse Zonta.

A reportagem entrou em contato com o governo estadual e aguarda posicionamento sobre a reivindicação dos supermercadistas, de revisão das regras para o setor.”


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