Socialização e cuidados

Primeiro dia de aulas do sistema híbrido da rede municipal em Curitiba anima pais e alunos

volta às aulas escolas municipais
Aulas do sistema híbrido das escolas municipais de Curitiba iniciaram dia 22 de fevereiro, mas foram suspensas no início de março. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

A entrada dos alunos na Escola Municipal Professor Brandão, no Alto da Glória, em Curitiba, foi cheia de expectativa para pais, alunos e professores. Com distanciamento sinalizado por cones, medição de temperatura e uso de álcool gel nas mãos, as crianças seguiram para as salas de aula. Como informa o protocolo da prefeitura, as famílias que optaram pelo ensino híbrido vão levar as crianças uma semana sim, outra não. Quem veio nesta semana até a escola, vai assistir às aulas on-line na semana seguinte.

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O professor Nei Miranda Júnior, 42 anos, foi levar o filho de 8 anos na Professor Brandão. “A gente está animado. O ano passado foi difícil. Só esse sistema híbrido, vamos ver se ele vai se adaptar. Foram poucas pessoas que optaram pelo sistema, com rodízio semanal, então vamos observar”, explicou o pai.

Nei Miranda Júnior levou o filho para a escola nesta segunda-feira (22). Foto: Átila Alberti / Tribuna.

Para Miranda Júnior, a socialização da escola é essencial para seu filho, por isso optou pelo híbrido. “O sistema on-line achei horrível. Meu filho não socializava com ninguém. O professor tem que ter o contato com o aluno. Tem o lado afetivo, emocional, o contato com os colegas. Por isso optei pelas aulas presenciais”, contou.

Mesmo optando pelo sistema híbrido, o pai reconheceu que o tema é complexo e cabe a cada família avaliar se a criança deve ir até a escola. “Cada pai tem o seu jeito de analisar. Uns têm um medo exorbitante, outros não têm medo. Lógico que temos que ter prudência, mas é um vírus com o qual temos que aprender a conviver diariamente. Temos que ficar de olho”, disse o pai de aluno.

Alívio para os pais que trabalham período integral

O policial civil Paulo Roberto da Silva Moreira, 35 anos, optou pelo ensino híbrido por causa dos compromissos de trabalho. Na visão dele, é uma “hipocrisia” ver os parques ao ar livre da cidade sempre lotados e a só a escola não poder funcionar.

A filha dele, uma menina de 8 anos, estava ansiosa pelo retorno escolar no portão da escola. Sem ter com quem deixar a filha, a volta às aulas presenciais tem sido um alívio. “Minha esposa também trabalha e deixar a criança em casa é complicado. Aqui, na escola, o ambiente tende a ser mais seguro do que qualquer outro lugar. Minha filha estava ansiosa para voltar, sentindo muita falta da escola, embora a família tenha ajudado muito na questão dos conteúdos. É claro que tem que tomar todos os cuidados e precauções”, desabafou Moreira.

Paulo Roberto da Silva Moreira ao lado da filha, na entrada da Escola Municipal Professor Brandão, em Curitiba. Foto: Átila Alberti / Tribuna.

Pais atentos para não aglomerar

Apesar da volta, cerca de 39% do total de matriculados na instituição visitada ainda optou pelo ensino totalmente remoto. A expectativa da direção é de que esse número diminua ao longo das próximas semanas, com os pais passando a confiar mais nos protocolos de segurança sanitária implementados nas escolas municipais da capital.

De acordo com a diretora Ednéia Aparecida, os pais devem ficar atentos com os horários de abertura dos portões, tanto pela manhã quanto à tarde. “Para evitar aglomeração, seguindo o protocolo, vamos abrir pontualmente às 7h30 e às 13h30”.

O protocolo sanitário adotado pela Professor Brandão é o mesmo que deverá ser seguido pelas demais escolas municipais de Curitiba. Os horários de abertura dos portões também serão os mesmos. Os pais podem, ainda, optar por mudar do ensino remoto para o híbrido a cada virada de mês. Esse tempo é necessário, segundo a prefeitura, para adequação de salas de aula.