Tensão continua

Novo protesto de servidores pode ter abalado estrutura do prédio da Câmara com pulos no 1º andar

Servidores de Curitiba fizeram, na manhã desta quarta-feira (28), uma nova manifestação contra o pacote de ajuste fiscal que foi aprovado em primeira e segunda discussão pelos vereadores da cidade. Polêmico, o projeto agora segue para a sanção do prefeito Rafael Greca (PMN). O protesto acabou com suspensão da sessão na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), depois que alguns dos manifestantes começaram a pular no primeiro andar do prédio, de onde acompanhavam a discussão, o que pode ter danificado a estrutura da construção.

O protesto dos servidores começou quando os vereadores votavam a revisão da meta fiscal de 2017 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018 em segundo turno. Essa era a última sessão antes do recesso que termina em agosto. Os servidores acompanhavam a discussão do andar de cima, de onde jogaram notas de dinheiro de mentira em cima dos vereadores. No momento em que houve a interrupção para uma reunião dos parlamentares, um grupo de manifestantes começou a pular, o que afetou a estrutura do piso foi afetada e causou a suspensão da votação por quase duas horas.

Depois de uma segunda reunião, os vereadores optaram por voltar e, em questão de minutos, aprovaram em segundo turno a revisão da meta fiscal de 2017 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018. “Era importante que votássemos antes do recesso porque o orçamento precisa ser justo para toda a população”, disse o vereador Bruno Pessuti (PSD).

Luta continua

Embora a greve tenha terminado, os servidores municipais continuam mobilizados e assim deve ser pelos próximos dias. Nesta quarta-feira, depois da ocupação na CMC, eles se reuniram do lado de fora do prédio, onde simularam um velório do funcionalismo público. Com cruzes, um caixão e fotos dos vereadores favoráveis ao pacotaço e também do prefeito Rafael Greca (PMN), os servidores deram uma volta na CMC com uma marcha fúnebre.

Sob gritos de “vergonha” e de “vendidos”, os servidores deixaram em frente à CMC o caixão e registros do confronto que aconteceu na segunda-feira (26) na Ópera de Arame. “Apelamos ao bom senso dos vereadores e prefeito, mas não foi suficiente. Ele (o prefeito) acha que ganhou, mas nós vamos agora para a Justiça”, considerou Rafael Furtado, diretor do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).

Abalo vistoriado

Antes da sequência na votação, o Corpo de Bombeiros esteve na CMC para avaliar o que aconteceu na estrutura. Além dos bombeiros, a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) também deve avaliar o piso para saber o nível de quanto afetou. “A manifestação foi justa, mas não pode impedir o nosso trabalho. Nesse caso, tivemos ainda o abalo na estrutura que vai ser agora avaliado por especialistas”, comentou Pessuti.

“É natural, compreensível que haja uma indignação muito grande. Pedimos ao prefeito que retirasse os projetos, mas parece que ele quis por lenha na fogueira. Faltou sensibilidade, são 30 mil servidores e eles não podem estar alienados dessa situação”, defendeu Goura (PDT).

Bombeiros fazem vistoria para verificar se houve mesmo danos à estrutura do prédio. Foto: Gerson Klaina
Bombeiros fazem vistoria para verificar se houve mesmo danos à estrutura do prédio. Foto: Gerson Klaina
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