Com a promessa de interligar Curitiba a Pinhais, o novo Ligeirão Leste/Oeste começará às operações de forma parcial. Em resposta aos questionamentos sobre nova licitação do transporte coletivo, a Prefeitura de Curitiba informou que o projeto começará pelo eixo Leste, onde estão concentradas as obras.
Nesse trecho, a canaleta será alargada, as estações ampliadas, as calçadas substituídas e o sistema de iluminação refeito. O projeto também prevê a instalação de gradis ao longo do trajeto. O conjunto de intervenções tem como um dos principais objetivos viabilizar o Ligeirão Pinhais/Rui Barbosa, que promete menos paradas, menos semáforos e redução no tempo de viagem.
A linha ligará o Terminal Pinhais à Praça Rui Barbosa. Ao longo do percurso, estão previstas paradas no Terminal Capão da Imbuia, na estação Amazor Prestes/Linha Verde, com integração, além das estações Rodoferroviária e Eufrásio Correia, que passarão por ampliação e revitalização. Todas contarão com integração a outras linhas do sistema.
Além do novo Ligeirão, o lado Leste contará com a operação de outras três linhas na canaleta. Estão previstas as linhas Pinhais/Rui Barbosa e Centenário/CIC Norte, ambas com biarticulados, além do Ligeirão Centenário/Rui Barbosa. Todas as estações-tubo do trecho passarão por readequações.
E o lado Oeste do novo ligeirão?
No lado Oeste, a implantação ocorrerá em outro ritmo. Embora toda a extensão do eixo também passe por revitalização, a operação do Ligeirão ficará condicionada à demanda de passageiros.
Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o volume de usuários no trecho Oeste é menor. A avaliação técnica aponta ainda que as condições topográficas reduzem a quantidade de interseções semaforizadas, o que já garante um tempo de deslocamento considerado eficiente. Por isso, de acordo com o órgão, os ganhos com a implantação do Ligeirão seriam pouco representativos diante das intervenções viárias necessárias.
Dentro desse rearranjo, algumas linhas existentes serão reconfiguradas. A linha Centenário/Campo Comprido será estendida até o futuro Terminal CIC Norte, com a implantação de uma nova estação na UTFPR. Oficialmente, a ampliação será de 1,5 quilômetro. A mudança permitirá o aumento do número de ônibus em operação na linha.
Como será avaliada a demanda de passageiros do novo Ligeirão?
A avaliação da demanda foi realizada durante o desenvolvimento do projeto e continuará após o início da operação. O objetivo, segundo o Ippuc, é ajustar a proporção entre ônibus Ligeirão e Parador ao longo do eixo. O instituto reforça que a implantação completa do projeto segue mantida.
De acordo com o órgão, a principal mudança em relação ao projeto original está na ultrapassagem dentro da canaleta no trecho Oeste, que não será implementada neste momento. “A priorização semafórica para os ônibus vai proporcionar embarques mais rápidos e menos paradas nos semáforos, reduzindo o tempo de viagem”, informou o Ippuc em nota enviada à Tribuna.
Para a conexão com os primeiros ligeirões, os usuários poderão realizar a troca para o Ligeirão nos Terminais Centenário ou Vila Oficinas. Para fazer a integração para o eixo Oeste, será possível mudar de linha no Terminal Capão da Imbuia, que passa por reconstrução.
No trecho entre os terminais Campo Comprido e Campina do Siqueira até a região central, estão previstas a substituição do pavimento da canaleta e das vias lentas, além da troca de todas as calçadas ao longo do eixo.
As estações serão ampliadas para permitir embarque por três portas na área coberta. O projeto inclui ainda espaços compartilhados atrás das estações, com foco na caminhabilidade, redução da velocidade dos veículos e nova iluminação pública. As áreas permeáveis também serão ampliadas para melhorar a drenagem.
“As obras já foram iniciadas em dois lotes no eixo Leste e há recursos reservados para isso, por meio de financiamento com o New Development Bank (NDB)”, conclui a nota. Para o eixo Oeste, também está prevista a reconstrução dos terminais Campina do Siqueira e Campo Comprido.



