Caso Tayná

Gaeco solicita prisão de policiais acusados de tortura

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e a Corregedoria da Polícia Civil pediram ontem a prisão de 14 policiais civis e do delegado da DP do Alto Maracanã, em Colombo, Silvan Rodney Pereira. Eles são suspeitos de torturar os quatro detidos pela morte de Tayná Adriane da Silva, 14 anos. O pedido será avaliado pela Justiça.

A garota desapareceu no dia 25 e seu corpo foi encontrado três dias depois. Sérgio Amorim da Silva Filho, 22, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, Adriano Batista, 23, e Ezequiel Batista, 22, foram presos em 27 de junho, por policiais da delegacia do Alto Maracanã. Eles foram apontados pela polícia como confessos de estupro seguido de morte.

Confissão

Arquivo
Delegado Silvan Pereira.

A denúncia de tortura para que eles confessassem o crime e os maus-tratos sofridos depois da confissão, foi feita na semana passada, pelo então advogado deles Roberto Rolim de Moura Júnior, à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Paraná. As vítimas afirmaram ter sofrido violência nas delegacias do Alto Maracanã, Araucária, Campo Largo, no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e no Centro de Triagem de Piraquara (CT2), entre os dias 27 de junho e 4 de julho.

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que os policiais foram identificaram por fotos e por descrições feitas pelas vítimas. Com os relatos ricos em detalhes, Batisti afirma que não há dúvida quanto ao crime de tortura praticado pelos policiais. “Temos indicações dos laudos e outras provas como as declarações prestadas”, afirma o coordenador.

Cautela

O pedido de prisão dos policiais ainda não dá o caso por encerrado. Em parceria com a Corregedoria da PC, o Gaeco vai continuar as investigações. “Pedir a prisão não é uma acusação é uma medida cautelar”, explica Batisti.

De acordo com o corregedor-geral da Polícia Civil do Paraná, Paulo Ernesto Cunha, os quatro rapazes passaram por diversas unidades, por esse motivo, o trabalho deve ser um pouco mais demorado. “Vamos ouvir todos os policiais identificados, sem exceção. Como os detidos passaram pelas delegacias do Alto Maracanã, Araucária, Campo Largo e Cope, precisamos de tempo. Isso deve ser concluído em pelo menos quatro dias”, explicou o corregedor.