O Zoológico Municipal de Curitiba celebra o nascimento de um filhote fêmea muriqui-do-sul, considerada a maior espécie primata das Américas e uma das mais ameaçadas do Brasil, ocorrido em 7 de setembro.

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Batizada como Aryna Sabalenka, em homenagem à tenista profissional bielorrussa, a pequena já pode ser observada junto à mãe Fernanda, ora agarrada às costas, ora à frente, e em alguns momentos já se aventurando sozinha pelas árvores, cordas e outros elementos do recinto onde vivem.

A veterinária Ana Silvia Passerino, chefe de Divisão do Zoológico, destaca que existem apenas 11 indivíduos de muriquis-do-sul sob cuidados humanos em todo o mundo. Destes, oito estão no Zoo de Curitiba, que é reconhecido como padrinho da espécie no Brasil pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O Zoo de Sorocaba, em São Paulo, abriga as outras três espécimes: um macho e duas fêmeas. “O nascimento de um filhote de muriqui é muito importante, porque a gente tem um programa de conservação e existem pouquíssimos indivíduos sob cuidados humanos. Então, a gente vai aumentar o número de animais e vamos poder colaborar com a conservação da espécie”, explicou Ana Silvia.

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A espécie está classificada como “em perigo” pela IUCN (The International Union for Conservation of Nature) quanto ao risco de extinção, principalmente devido à caça predatória e à perda acelerada de habitat.

Casal de muriquis-do-sul que vive no Zoológico de Curitiba é importante para a espécie

O casal Fernanda e Aguirre representa a principal família reprodutiva desta espécie no Brasil. Aguirre chegou ao Zoo de Curitiba em 10 de julho de 1997, enquanto Fernanda nasceu no Passeio Público, em 25 de junho de 2002.

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A família já cresceu anteriormente com os filhotes David Ferrer (10/11/2007), Roger Federer (2/5/2016), Naomi Osaka (18/4/2020), Serena Williams (15/12/2021) e Casper Ruud (22/9/2023).

A gestação de uma fêmea de muriqui dura aproximadamente 230 dias. Segundo a veterinária Ana Silvia, os filhotes permanecem bastante tempo junto à mãe até conquistarem independência. A alimentação destes primatas é baseada em folhas e frutas.

Além da chegada da pequena Aryna, o Zoológico de Curitiba recebeu em 16 de outubro a fêmea de muriqui-do-sul Júlia, vinda do Zoo de São Paulo. Desde 6 de novembro, Júlia convive com Monaliza e Roger Federer em um recinto criado este ano especialmente para reprodução dos muriquis-do-sul.

Este espaço está localizado fora da área de visitação. O diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo, ressalta a importância do novo recinto para a preservação da espécie.

“Já fizemos o pareamento do casal Monaliza e Roger Federer para tentarmos um novo grupo reprodutivo e com isso ter uma diversidade genética. Com a chegada da Júlia aumentamos as chances de conseguirmos uma nova reprodução”, disse Evaristo.

O Zoo de Curitiba é responsável pelo cuidado de mais de 1,8 mil animais na área de visitação. São aproximadamente 589 mil metros quadrados, com cerca de 165 recintos. Entre os animais, encontram-se espécimes de espécies nativas ameaçadas, inseridos em programas nacionais de conservação.

Mais de 70% dos animais chegaram ao local após situações de intervenção humana que impossibilitaram a reintrodução na natureza, como apreensões, tráfico, circos e maus-tratos. Atualmente, diversos animais recebidos pelo Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs) também encontram abrigo e cuidados especializados na unidade de conservação localizada no Alto Boqueirão.

Serviço

Zoológico de Curitiba
Endereço: Rua João Micheletto, 1.500 – Alto Boqueirão
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 16h. Fechado às segundas-feiras para serviços de manutenção
Entrada gratuita