Risco no busão

Estudo da Urbs vai guiar horários de trabalhadores pra tentar evitar ônibus lotados

Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Um estudo realizado pela Urbs, empresa responsável pelo transporte público de Curitiba, vai ajudar no escalonamento de horários para atividades comerciais, industriais e de serviços proposto pelo governo estadual, que vai divulgar nesta sexta-feira (19) um protocolo único de ações para frear o avanço do coronavírus na capital e na região metropolitana. O levantamento dos passageiros feito pela Urbs e o escalonamento dos horários das atividades são para tentar diminuir a lotação dos ônibus de Curitiba e região, o que tem gerado muito medo nos passageiros de se infectar e críticas à Urbs e à Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão do governo do estado.

Um sistema de dados cruza os dados dos passageiros quando passa o cartão transporte na roleta. O mecanismo informa qual setor que o usuário trabalha e o horário que esses trabalhadores circulam pelo sistema de ônibus, o que vai ajudar a definir o escalonamento dos horários por atividades.

LEIA MAIS – “Vacina contra coronavírus é bom senso”, apela Ratinho Jr pra tentar evitar medidas drásticas

O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, acredita que o estudo vai diminuir o fluxo de pessoas nos horários de pico. “[Com o cruzamento de dados] podemos fazer uma sugestão de funcionamento para o comércio e o resultado seria a diminuição de pessoas no horário de pico. As empresas podem terminar mais tarde ou mais cedo [suas atividades] para evitar a lotação nos ônibus”, explica Ogeny Neto.

A reclamação de ônibus cheio é constante entre os passageiros. Em várias linhas de ônibus que percorrem a região metropolitana e chegam a Curitiba estão com a lotação máxima, descumprindo medidas de distanciamento entre as pessoas. Na segunda-feira (15), primeiro dia da bandeira laranja em Curitiba, 59,9 mil pessoas passaram pelo sistema entre 6h e 8h. Já entre 17h e 20h, foram 69,9 mil passageiros.

Na entrevista à RPC em que admitiu a possibilidade de lockdown regional no estado, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, reforçou que é preciso tentar fugir das lotações no transporte coletivo. “Temos o esforço de muitos paranaenses com seus filhos sem aula, mas ao mesmo tempo, as pessoas continuam se aglomerando em horário de pico no transporte, com os ônibus muitas vezes, com o número maior de passageiros que deveria ter”, avaliou Beto Preto.

Colapso na saúde

O protocolo único proposto pelo governador Ratinho Jr aos prefeitos de Curitiba e região metropolitana deve unir esforços para evitar um colapso no sistema de saúde no Paraná, após Curitiba chegar a 85% de ocupação de leitos em UTIs nos últimos dias.

VIU ESSA? – “Vidas não voltam”, diz secretária de Saúdeao falar sobre covid-19 ao pedir mais uma vez ajuda da população de Curitiba

O prefeito da capital, Rafael Greca, acredita que a adoção de medidas conjuntas pode ajudar a cidade a não entrar em um fechamento total, o chamado lockdown, quando apenas serviços essenciais, como mercados, farmácias e postos de combustíveis podem abrir. “Todos nós prefeitos decidimos ser parceiros e ouvir as recomendações do governador, para poupar a nossa região e o nosso Paraná da grave emergência sanitária que nos empurra para um lockdown, que nenhum de nós deseja”, relatou Greca.

Além disto, outras medidas que estão sendo avaliadas e podem ser anunciadas dentro do protocolo único em Curitiba e região metropolitana são fechamento dos shopping aos finais de semana; proibição do ingresso de crianças menores de 12 anos em supermercados; reforço na orientação de isolamento social para idosos com mais de 60 anos; proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas ruas depois das 22 horas e proibição de aglomerações em pátios de postos de combustíveis, praças e parques.


A Tribuna precisa do seu apoio! 🤝

Neste cenário de pandemia por covid-19, nós intensificamos ainda mais a produção de conteúdo para garantir que você receba informações úteis e reportagens positivas, que tragam um pouco de luz em meio à crise.

Porém, o momento também trouxe queda de receitas para o nosso jornal, por isso contamos com sua ajuda para continuarmos este trabalho e construirmos juntos uma sociedade melhor. Bora ajudar?