Festa clandestina na pandemia

“Deprimente de ver pessoas desrespeitando a saúde dos outros”, diz delegada ao fechar balada em bairro nobre de Curitiba

Fiscalização Covid-19 Curitiba
Viaturas em ação de fiscalização da Operação AIFU. Foto: Divulgação/ PM-PR

“É algo deprimente de ver as pessoas numa situação desta, de não respeitar a saúde e a vida do outro. Nunca tinha visto isto na minha carreira”, desabafou a delegada Aline Manzatto, da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde (Decrisa), ao perceber que uma balada clandestina estava funcionando na noite de sexta-feira (26), no Batel, bairro nobre de Curitiba. A capital paranaense prorrogou até 4 de abril a bandeira vermelha com proibição de várias atividades na tentativa de diminuir os casos ativos e mortes pela covid-19.

Segundo a Polícia Civil, que esteve na ação ao lado de agentes da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), o local já tinha apresentado irregularidades durante a pandemia e foi a terceira vez que desrespeitou as medidas sanitárias. A casa de eventos acabou sendo interditada e o proprietário multado. Já os clientes, cerca de 20 pessoas, também receberam multas.

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Embaixo das mesas

Ao chegar na balada, os policiais perceberam carros estacionados, luzes acessas e música ambiente. No entanto, ao se aproximarem da casa de eventos, a movimento cessou e até a luz foi desligada. Na tentativa de burlar a fiscalização, os frequentadores tentaram se esconder debaixo das mesas. “É algo deprimente de ver as pessoas numa situação desta. Um papelão deste que nunca tinha visto na minha carreira”, reforçou a delegada em entrevista para o jornal Meio Dia Paraná, da RPC, neste sábado (27).

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Além da “balada covid” no Batel, uma tabacaria no Fazendinha, uma boate no Mossunguê e uma casa de massagem no Bom Retiro estavam funcionando. Segundo a prefeitura de Curitiba, foram lavrados 31 autos de infração na sexta-feira, inclusive dois por desrespeito à autoridade administrativa. As multas aplicadas somam R$ 350 mil.