Corpo arrastado pela correnteza é encontrado

As buscas pelo servente de pedreiro Eraldo Paes de França, 21 anos, desaparecido desde a noite de sexta-feira passada, após discutir com o segurança de um bailão, terminaram na tarde de ontem. Seu corpo foi encontrado com um tiro na testa, na represa do Rio Verde, perto da ponte entre Campo Largo e Araucária. O segurança identificado como “Lobão” e apontado como autor do crime foi ouvido na delegacia de Campo Largo e terá sua prisão preventiva solicitada à Justiça.

Dois casais se refrescavam na represa e avistaram, por volta das 14h30, o cadáver sendo arrastado pela correnteza, ao lado deles. O corpo passou por debaixo da ponte, que está interditada, e se enroscou num arbusto. Um dos rapazes chamou a Polícia Militar que, por sua vez, acionou os bombeiros para a retirada do corpo da água. “O corpo passou por mim e levei um baita susto”, disse Fábio Fernandes.

O superintendente Juscelino Bayer e o investigador Marcos Gogola, de Campo Largo, seguiram para o local com um amigo da vítima, que estava junto com Eraldo quando aconteceu a confusão na boate. Minutos depois, os pais de Eraldo e outro amigo da vítima também foram à barragem. “Que covardia que fizeram com meu filho. Ele era um bom rapaz, trabalhador. Nunca se envolveu com droga”, disse a mãe da vítima, Erondina Paes de França, que, após a entrevista, não conseguiu segurar o choro.

Fumo

O bailão fica na BR-277, bairro Bom Jesus. A briga, segundo apurado por Gogola, começou porque Eraldo e seus amigos fumavam dentro do bailão e o segurança os mandou para fora. Os colegas de Eraldo conseguiram fugir, porém, ele ficou para trás e teria sido baleado por “Lobão”. A polícia chegou até o nome do segurança, que prefere não divulgar até que seja decretada a prisão preventiva.

Juscelino informou ainda que solicitará a apreensão do veículo do segurança, possivelmente usado para levar o corpo até a represa. Os policiais encontraram manchas de sangue na ponte que indicam que a vítima teria sido jogada do lado de Campo Largo. “Mesmo que ele tenha lavado o carro, a perícia pode identificar vestígios de sangue”, disse Juscelino. Na delegacia, “Lobão” afirmou que existiu o desentendimento, porém ele negou ter atirado na vítima.