Medo e prejuízos

Comerciantes da Praça da Espanha desesperados com assaltos e arrombamentos

Mal teve tempo de arrumar os estragos causados por um arrombamento em sua loja, no Batel, na madrugada de quarta-feira, o comerciante Moacir Luis Fração Junior foi vítima novamente do mesmo crime, na madrugada de ontem. Na região da Praça da Espanha, não faltam relatos sobre a falta de segurança e ação de marginais.

Nos últimos 40 dias, a loja de roupas infantis na Alameda Doutor Carlos de Carvalho foi arrombada três vezes. O prejuízo estimado por Moacir é de R$ 15 mil, entre as roupas levadas e os consertos.

O comerciante está há sete anos no local e, para evitar furtos e roubos, investiu pesado em segurança. A loja tem 25 câmeras de segurança, 15 sensores, barreiras e um vigia, mas todo o aparato não foi suficiente para inibir os criminosos.

Ataques

Os três arrombamentos foram flagrados pelas câmeras. No final de agosto, um ladrão chega sozinho por volta das 6h e, antes de entrar na loja, conversa com um morador de rua que dormia embaixo das escadas. Em seguida, ele empurra a porta e em pouco tempo sai levando cerca de 60 peças. Nesta quarta-feira, por volta das 5h, dois marginais que invadiram a loja e fugiram com 150 peças. Na quinta-feira, novamente o arrombamento foi feito por uma dupla. “Agora, vou para casa com medo. Cada vez que toca o telefone, me assusto pensando que pode ter acontecido algo”, desabafou Moacir. “Não basta o comércio estar fraco, ainda tem que ter alguém para fazer essa limpa”.

Mudanças na rotina

Na madrugada de quarta-feira, uma cervejaria próxima à loja de roupas infantis também foi arrombada. No mesmo dia, Grasiela Ribas, proprietária de um café na região, relatou que o estabelecimento foi vítima de uma tentativa de arrombamento. “Forçaram a porta de metal com um pé de cabra”. “Aumentou a insegurança e não acho que seja pela reinauguração da praça, porque a região sempre teve vida noturna ativa. Acho que o problema é a falta de policiamento. A gente não vê viatura por aqui”, reclamou Grasiela.

Os clientes da loja de móveis e decoração infantil da qual Luiz Miguel Sampaio é gestor não encontram as portas abertas. Para entrar, é preciso apertar uma campainha e aguardar. A rotina mudou pelo medo da ação dos bandidos. No ano passado, após um roubo, foi instalada uma cerca elétrica no estabelecimento. “É preciso toda uma parafernália de segurança visando prevenir esse tipo de ação”, comentou Luiz.