Mobilização

Cerca de oito mil curitibanos protestam contra Dilma e Lula

Desde a manhã de quinta-feira (17), curitibanos se reúnem em frente à sede da Justiça Federal de Curitiba, no Ahu, para protestar contra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil, pedir a renúncia da presidente Dilma Rousseff e apoiar o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. Ao longo do dia, diversas ruas da capital paranaense foram tomadas pelo barulho das buzinas dos carros de motoristas indignados, apoiando as manifestações. Ainda na manhã desta sexta-feira (18), um grupo se manifestava a favor da operação no local.

Curitibanos se mobilizam para protestar contra discurso de Dilma na posse dos novos ministros.

Foto: Átila Alberti

Milhares

Ao fim do expediente, os protestos ganharam mais corpo. Por volta das 19h, cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, se concentraram na Praça 19 de Dezembro. Eles gritavam palavras de ordem, principalmente em defesa de Sérgio Moro. “Ele botou a cabeça a prêmio pra impedir que o Lula virasse ministro, mas se não fosse ele, quem faria?”, gritavam os manifestantes, que tomaram conta de boa parte da Avenida Cândido de Abreu, deixando uma pista livre para o tráfego de veículos.

Por volta das 20h30, o grupo seguiu rumo à Justiça Federal, pra se juntar com outros 3.500 manifestantes que faziam vigília em frente ao prédio, na Avenida Anita Garibaldi. No local havia barracas de cachorro quente, carrinho de pipoqueiro, vendedor ambulante com bebidas. Os manifestantes cantaram o hino nacional e, aos gritos de “a nossa bandeira jamais será vermelha”, atearam fogo em uma bandeira com a cor do Partido dos Trabalhadores (PT). Também houve concentração de manifestantes no entorno da UniCuritiba, no Água Verde. Outros fizeram panelaços e buzinaços em várias regiões da cidade. Até por volta das 23h, a polícia não havia registrado nenhum tumulto.

Apoio

No começo da tarde, a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) aderiu à manifestação, em defesa da independência do Poder Judiciário. O vice-presidente da Apajufe, Nicolau Konkel, defendeu a decisão do juiz Sergio Moro, que retirou o sigilo da Lava Jato e divulgou as escutas de Lula. Segundo ele, a colocação das provas à disposição da população tem como objetivo evitar que somente as pessoas que tenham acesso vazem as informações. Por todo o país, juízes federais fizeram atos em apoio ao colega paranaense.

À noite, Sergio Moro participou de um seminário sobre o combate à lavagem de dinheiro, em um hotel de Curitiba. Durante suas falas, ele rebateu algumas críticas. “Estou sendo criticado por falar demais. Não posso falar abertamente tudo o que penso e nem fazer juízo de valor, principalmente depois dos últimos fatos”, disse Moro. O magistrado foi aplaudido de pé pelos participantes e se disse envaidecido pela recepção.
Moro afirmou ainda que as críticas de que ele seja um juiz investigador são infundadas. “Ouço muitas críticas infundadas das ‘estratégias do juiz Sergio Moro’. A culpa é toda da Polícia Federal e do MPF”, disse rindo.

Foto: Átila Alberti.

Registros

Curitibanos protestaram em grente ao prédio da Justiça Federal, veja o vídeo:

Confira no vídeo algumas cenas dos buzinaços que ocorreram na região central de Curitiba na manhã desta quinta-feira, durante o pronunciamento de Dilma na posse de Lula como ministro: 

Confira vídeo do protesto realizado no período da noite: