Banheiros públicos de Curitiba estão mal conservados

Curitiba conta com mais de 70 banheiros públicos espalhados entre os parques, praças e terminais da cidade. Destes, 25 são administrados pela Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), 21 terceirizados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 18 localizados em parques e mais 14 administrados pela Secretaria Municipal do Esporte e Lazer em parques e praças. Porém, nem todos estão em estado de limpeza e manutenção dignos para uso da população.

Das instalações sanitárias mantidas pela Urbs, 20 são gratuitas e estão nos terminais de Curitiba. Outras cinco, que cobram R$ 0,50 para a utilização, ficam no Largo da Ordem, Terminal Guadalupe, Rua da Cidadania Matriz, Praça Osório e Parque Barigüi. Os banheiros que cobram a tarifa estão limpos e conservados.
Já nos gratuitos, a situação é diferente.

No Terminal do Cabral, por exemplo, os banheiros estão sujos, deteriorados por vândalos e alguns sem iluminação. “Todo dia de manhã é um intenso mau cheiro, sem contar a falta de higiene e limpeza”, reclama o proprietário de uma banca dentro do terminal, Roberto do Nascimento.

No centro de Curitiba não existem instalações públicas sanitárias gratuitas para a população. Com isso, os fundos da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz, na Praça Tiradentes, estão “fazendo as vezes” aos pedestres da região. “Já encaminhamos até um abaixo assinado para a Prefeitura, mas até agora nada foi feito”, reivindica Fernanda Pereira, que trabalha em uma loja próxima.

De acordo com a Urbs, 17 terminais que contam com banheiros públicos entrarão em reforma nos próximos meses. Com um investimento de R$ 8 milhões do governo federal, serão reformados, além dos banheiros, o calçamento, cobertura e a pintura dos ambientes. Os terminais do Cabral e do Capão da Imbuia serão totalmente reconstruídos em 2009.

Os banheiros do Largo da Ordem, Terminal Guadalupe e da Praça Osório já estão em processo de reforma. Segundo a Urbs, as instalações são freqüentemente reformadas, porém, sofrem bastante com a degradação e roubo de peças metálicas, o que gera grandes gastos.

A população pode contribuir informando à Prefeitura os banheiros públicos que estão com problemas através do telefone 156.

Falta de sanitários gera reclamações

Os moradores de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, também estão enfrentando problemas com relação ao número de banheiros públicos na cidade.
O município mantém apenas dois banheiros públicos no centro, um no terminal e outro na rodoviária. Ambos, segundo os usuários, em péssimo estado de conservação e limpeza. A alternativa para os moradores são as instalações de lojas e restaurantes. “Temos que pedir nos bares e restaurantes da praça”, conta o morador de Campo Largo, Geraldo Schiavon. O que não agrada aos comerciantes. “O local está sempre limpo e em condições de uso, mas os vândalos roubam, sujam e destroem as peças”, conta o administrador
do Shopping XV, Jorge Lopes.

De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Urbano de Campo Largo, a instalação de novos banheiros no centro depende da implementação do Plano de Segurança, que prevê ainda colocação de câmeras no centro, o que deve ajudar na vigilância dos locais, segundo o secretário do Desenvolvimento Urbano de Campo Largo, Raul Negrão. Com relação ao banheiro no terminal de ônibus, o secretário explica que, dentro de 30 dias, começam as obras para a construção de um novo terminal, localizado na Avenida Desembargador Clotário Portugal, também no centro. (LC)

Instalações e itens de higiene obrigatório,s

Existem duas leis específicas para os banheiros públicos da capital. A Lei n.º 10.281, em vigor desde 2001, torna obrigatória a instalação de banheiros acessíveis aos usuários nos estabelecimentos públicos ou privados e
instituições financeiras.

Além dessa lei, a n.º 12.177, em vigor desde abril de 2007, estabelece a obrigatoriedade no fornecimento de revestimento descartável do assento do vaso sanitário.

A disponibilidade do revestimento é para banheiros administrados pela Urbs, entidades públicas e particulares de Curitiba.

Caso o banheiro não disponibilize o revestimento, a taxa de pagamento não deve ser cobrada. Ainda de acordo com a legislação, shoppings, cinemas, teatros, restaurantes, centros comerciais, supermercados, academias, estabelecimentos
de ensino, hotéis, motéis, casas noturnas, hospitais, clínicas e clubes também
deverão deixar à disposição dos usuários o revestimento descartável de assento nos banheiros. A não disponibilização do material pode gerar uma multa de R$ 50 a R$ 500 à instituição responsável pelo banheiro. (LC)