Reconstrução

Após treta Huck x Greca, prefeitura de Curitiba revela detalhes do ‘novo Caximba’

Conheça os detalhes do novo bairro Caximba. Fotos: Divulgação / Ippuc
Conheça os detalhes do novo bairro Caximba. Fotos: Divulgação / Ippuc

Foram finalmente revelados detalhes do projeto que promete reurbanizar as vilas da área da Caximba e transformar o local do antigo lixão em novo bairro ecológico de Curitiba. As informações foram cedidas nesta quarta-feira (17) pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) com exclusividade para a reportagem do caderno HAUS, da Gazeta do Povo.

Batizada oficialmente de Bairro Novo da Caximba, a primeira área a ser transformada será a Vila 29 de Outubro, que, após a realocação das famílias e limpeza das lagoas que foram aterradas, vai receber um dique de aproximadamente 2,5 metros de altura ao longo de 3 quilômetros, que será a espinha dorsal da nova configuração.

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“O dique será uma contenção para que não aconteçam alagamentos nas áreas residenciais, e para segurar a invasão irregular”, explica o arquiteto Mauro Magnabosco, que coordena o projeto no Ippuc. Ele destaca que a estrutura será uma proteção a mais, já que também haverá três lagoas de contenção (veja a imagem acima) e um corredor ecológico de 50 metros depois do Rio Barigui.

O dique será coberto e vai formar uma grande orla suspensa, com ciclovia, quadras de esportes, mobiliários urbanos, praças e uma área de plantio de flores para auxiliar na fonte de renda das famílias.

caximba2-1002x564Magnabosco destaca que estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que não seria possível plantar hortaliças ou frutos no local, como inicialmente considerado, devido à degradação do solo.

A operação também vai ampliar a infraestrutura da escola próxima, do Centro Municipal de Educação Infantil e da Unidade de Saúde da região.

O arquiteto revela ainda que o Ippuc desenvolveu um sistema de casas autônomas (sustentáveis) que vai reaproveitar água da chuva e ser abastecido por energia solar a partir de placas fotovoltaicas no telhado. “Pensamos em casas sobrepostas, quase modulares, que serão agrupadas de quatro em quatro, com 12 x 20 metros, sempre com comércio nas esquinas”, diz Magnabosco. Ao todo espera-se a construção de mais de mil novas unidades, que vão custar cerca de R$ 105 mil por casa para ficarem de pé.

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“Para melhorar ainda mais a qualidade da habitação, a Sanepar [Companhia de Saneamento do Paraná] vai construir uma estação elevatória para levar o esgoto para a estação de tratamento de Rio Bonito. Era algo que tinham planejado fazer só em 2038, mas que vai sair do papel com este projeto”, exemplifica o arquiteto do Ippuc.

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Agora o projeto do novo bairro está na fase de estudos técnicos complementares e em busca de financiamento de R$ 200 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). A previsão é de que até 2021 a nova configuração comece a tomar forma.

O projeto foi iniciativa do prefeito Rafael Greca (PMN), e é desenvolvido pelo Ippuc com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab Curitiba), a Procuradoria Geral do Município e as secretarias municipais de Governo, Meio Ambiente, de Obras Públicas, Defesa Social, Educação e Fundação de Ação Social.

Por parte do governo do Estado do Paraná, fazem parte a Sanepar, o Instituto das Águas do Paraná, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná e Copel. A comunidade local e a Associação dos Empresários da Cidade Industrial de Curitiba (AECIC) também são parceiros na execução do Bairro Novo da Caximba.

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