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Após explosão em Bocaiúva do Sul, dono de empresa é liberado da prisão

Foto: Átila Alberti.

O Tribunal de Justiça do Paraná, através do juiz José Maurício Pinto de Almeida, concedeu liminar na tarde desta quinta-feira (13) a Milton Lino da Silva, proprietário da fábrica Explopar, em Bocaiúva do Sul, onde houve uma grande explosão no último sábado, dia 8.

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A decisão acolheu o pedido da defesa que alegou que a prisão seria “inadequada e desnecessária, pois o comportamento de Milton Lindo da Silva sempre evidenciou a intenção de reparar os danos sofridos pelos populares de Bocaíuva do Sul e auxiliar na elucidação do real autor do crime que causou a explosão”, diz a nota enviada pela Dalledone Advogados Associados.

O empresário Milton Lino da Silva havia sido preso temporariamente no sábado, dia 8. Na última segunda-feira (10) o juiz de Bocaíuva do Sul, Paulo Antônio Fidalgo, revereu sua prisão para preventiva.

À polícia, o dono da fábrica afirmou que o que causou a explosão foi um incêndio criminoso.

Explosão

Na tarde do último sábado (08) vários moradores de Bocaíuva do Sul tiveram suas casas danificadas por uma forte explosão. Um caminhão explodiu dentro do galpão da fábrica de explosivos que fica no bairro Aterradinho.

De acordo com a Defesa Civil, pelo menos 150 imóveis foram atingidos e 50 mil metros de área foram devastados pela onda de choque ou pelos estilhaços que, por pouco, não mataram ninguém.

Ação da Polícia

Na tarde da última segunda-feira (10) o Exército, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Ministério Público realizaram uma ação de segurança explodindo as mais de 42 mil espoletas que estavam armazenadas na fábrica.  As espoletas – acessórios dos explosivos conhecidos como “iniciadoras”, que são mais sensíveis – foram destruídas para que as outras aproximadamente 60 toneladas de dinamite pudessem ser removidas do local sem risco. De acordo com o delegado Mário Sérgio Bradock, responsável pela investigação, esse material foi apreendido e encaminhado ao depósito de uma empresa especializada em armazenagem desses produtos.

A empresa está instalada em Bocaiúva do Sul há mais de 20 anos, quando não existiam vilas próximas. “Então dava para dizer que era até seguro. Das duas uma: ou o governo cancelava a licença para ela operar, ou não deixava que as pessoas habitassem em volta”, considerou Bradock. O proprietário da empresa  agora responde em liberdade por explosão consumada, dano ao patrimônio público e privado, e por ter colocado a vida de várias pessoas em risco.⁠⁠⁠⁠