Transtorno gigante!

“Apagão” que deixou 1,1 milhão de paranaenses no escuro é o mais grave dos últimos 5 anos

As chuvas registradas nesta segunda-feira (22/09) foram consideradas pela Copel como um dos maiores eventos climáticos dos últimos anos no Paraná. No pico da tempestade, 1,1 milhão de unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica, num verdadeiro apagão. Passadas mais de 48 horas, até a manhã desta quarta-feira (24/09), 12 mil imóveis ainda permaneciam sem luz.

O último apagão no Paraná com proporções semelhantes ocorreu em 2020, quando a passagem de um ciclone-bomba deixou 1,8 milhão de unidades consumidoras sem fornecimento no Paraná, equivalente a 38% dos clientes da Copel na época. O evento, em 30 de junho daquele ano, deixou dez pessoas feridas e 1.501 casas foram danificadas após a tempestade no Paraná.

Neste ano, segundo a Copel, este foi “considerado o evento climático mais desafiador dos últimos anos para as redes elétricas da companhia”, disse a Copel em seu site oficial. Os ventos ultrapassaram os 100 km/h em ao menos 12 cidades, e os acumulados de chuva em dois dias fizeram com que dez estações meteorológicas do Instituto Simepar atingissem o volume de água previsto para todo o mês de setembro já no dia 22, completou a Copel.

O pico dos ventos também chegou a 120 km/h, mesma velocidade registrada em Ubiratã desta vez. Naquele episódio, em Curitiba, as rajadas de vento chegaram a 97,9 km/h, quase 25 km/h acima das registradas nesta semana, que alcançaram 74 km/h.

Copel não responde pedidos da população

Em Curitiba, os prejuízos voltaram a marcar a rotina da população. Há cinco anos, o ciclone deixou 185 mil imóveis no escuro. Agora, foram 62 mil. Apesar do número menor, a principal crítica de moradores e comerciantes foi a ausência de informações claras sobre o tempo necessário para restabelecer o fornecimento.

Imagem mostra uma árvore caída em cima de uma máquina com frios de luz estourados.
Foto: Colaboração/Leitor.

Uma moradora do bairro Fazendinha relatou ter ficado quase 42 horas sem energia após a queda de uma árvore sobre a rede elétrica. “Mesmo com inúmeros chamados abertos, seguíamos no escuro, sem respostas claras ou previsão de retorno”, contou. A normalização só ocorreu às 23h de terça-feira (23/09).

A Avenida Iguaçu, uma das principais da cidade, foi palco de outro episódio: a explosão de um transformador deixou a região sem energia por quase 33 horas, atingindo residências, estabelecimentos comerciais e até um hospital. Para evitar maiores perdas, uma churrascaria contratou um gerador emergencial para manter a refrigeração de alimentos.

O Hospital Pequeno Príncipe também enfrentou dificuldades, mantendo atendimentos com o suporte de geradores. “O hospital tem geradores para manter alas de emergência, como UTIs, mas mesmo assim é preocupante, pois 24h é muito tempo para ficar só com geradores”, disse uma residente de Curitiba.

Copel diz que segue protocolos nacionais

Questionada pela Tribuna do Paraná sobre a gravidade da situação e o plano de contingência da situação, a Copel não respondeu por “falta de agenda” de seus especialistas. Quanto a possíveis indenizações por prejuízos, a empresa informou que segue o protocolo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em nota, esclareceu: “A Copel segue procedimento padrão para pedidos de ressarcimentos por danos a equipamentos, eventualmente causados por questões relacionadas a quedas de energia e outros fatores que envolvam a rede elétrica. Pelo site da companhia, o cliente pode fazer o encaminhamento clicando nas abas Atendimento, Serviços e selecionando a opção:  Ressarcimento de Danos (Solicitação), que está na lista por ordem alfabética. O acesso a este serviço pode ser feito também pelo aplicativo Copel, via celular, disponível para ser baixado nos sistemas Android (pela loja de aplicativos Google Play) ou iOS/Iphone (disponível pela App Store). O aplicativo funciona para qualquer tipo de celular e não tem custo para o cliente.”

A companhia informou, no começo da tarde, que o fornecimento de energia já estava “próximo dos patamares de normalidade” na maior parte das regiões e municípios do Paraná. Às 12h40, 6,8 mil unidades consumidoras ainda estavam sem energia no Estado.

A maioria deles em áreas em que a rede elétrica teve danos severos decorrentes do evento climático de grande porte que atingiu o Estado no início da semana. Todos os casos estão em atendimento com serviços encaminhados pela companhia. Os trabalhos seguem até que todos os clientes sejam religados. O índice de restabelecimento alcançado até o momento é de 99% do pico de 1,1 milhão de clientes desligados pelo efeito dos eventos climáticos sobre a rede de energia registrados em 22/9. Desde o início dos trabalhos as equipes da Copel seguem mobilizadas permanentemente para atender a todos os clientes“, disse a companhia em uma nota à imprensa.

Ciclone extratropical aumentou instabilidades

Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), as condições extremas foram provocadas por uma frente fria associada ao aprofundamento de um sistema de baixa pressão no oceano, na altura do Uruguai. Esse processo deu origem a um ciclone extratropical que avançou rapidamente pelo Paraná durante a madrugada.

A atmosfera ficou ainda mais instável em razão do desenvolvimento de uma área de baixa pressão no Paraguai e do intenso fluxo de calor e umidade vindo da Amazônia. A combinação desses fatores favoreceu ventos extremos e a formação de um tornado de categoria F1 na Escala Fujita, confirmado no Centro-Sul do estado.

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