O quarto furto no Centro de Educação Infantil Ritta Anna de Cassia, em menos de um mês, provocou indignação em profissionais e alunos no bairro Cajuru, em Curitiba. Cartazes pedindo ajuda e mais segurança foram pregados nos portões e muros da escola na manhã desta quinta-feira (26). A atitude chamou a atenção dos pais, que se mostraram preocupados em deixar os filhos na escola.

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A ação dos ladrões ocorreu durante a noite de segunda-feira (23). Eles levaram materiais de infraestrutura e equipamentos como parte da fiação elétrica, televisão, microondas e até as panelas. Há relatos de que professoras chegaram a chorar nesta manhã, por causa do vandalismo, com receio de que os alunos ficassem sem aulas. A unidade educacional funciona em dois períodos e inclui alunos no período integral.

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O motorista de aplicativo Alcemiro Barbosa de Lima, 46 anos, tem uma filha estudando na Ritta Anna de Cassia há três anos. Ele contou que não é a primeira vez que isso ocorre e que se sentiu sem ação nesta manhã.

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“Tinha um guarda que ficava aí. Desde que ele foi retirado, situações como essa ocorrem com frequência. Fiquei surpreso hoje pela manhã, tinha professoras que choraram por causa disso, e a preocupação com a segurança só aumenta. A gente vê isso e sente uma falta de justiça. Eu gosto da escola, minha filha gosta, não é correto que todo mundo tenha que ficar preocupado. Alguma coisa precisa ser feita”, reclamou o pai.

Escola alvo dos criminosos fica no Cajuru, em Curitiba. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

Nesta tarde de quinta-feira, os cartazes seguiam pregados nos muros da escola. Algumas das frases eram: “Cadê a Guarda Municipal? O prefeito prometeu”, “Socorro! Mais segurança! Ligue 156!!” e “Parem de nos roubar, queremos estudar”. Um protesto de pais, profissionais e alunos chegou a ser organizado pela manhã, em frente a escola. Depois, segundo a prefeitura, as aulas seguiram normalmente.

Perigo no bairro

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A vizinhança diz que o problema de furtos e criminalidade não é só na escola. A comerciante Maria Moretto, 43 anos, disse que a redondeza da unidade escolar é cercada de ruas escuras e que ela mesma já chegou a flagrar a ação de ladrões.

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“A vizinhança aciona a polícia e avisa. É o que se pode fazer. A rua de trás da escola, por exemplo, é mal iluminada. Não é só a segurança da creche que precisa ser melhorada, mas da região como um todo. Não pode ficar do jeito que está”, apontou.

Cartazes feitos pelas crianças pedem por mais segurança. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

Outro comerciante, que preferiu não se identificar, disse que também já teve os cabos de energia roubados. “Até um portão do estabelecimento eles levaram. Precisa melhorar a segurança por aqui”.
Enquanto a situação não se resolve, o pai da estudante da escola diz que não pretende tirar a filha da Ritta Anna de Cassia.

“Eu venho trazer e buscar. Ela fica integral, facilita para a nossa família e sabemos que ela está estudando. A questão não é tirar do colégio, mas manter as condições adequadas para professoras, pais e alunos”, concluiu Alcemiro Barbosa.

O que diz a prefeitura

Questionada sobre a situação ocorrida na escola, Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou, em nota, que a Guarda Municipal vai reforçar as rondas nas escolas e CMEIs. A prefeitura também disse que os seiscentos estudantes da Escola Municipal Ritta Anna de Cássia foram atendidos normalmente nesta quinta-feira. A SME explicou que a unidade foi alvo de vandalismo, com furto de cabos de energia, e uma equipe de manutenção esteve na escola para avaliar a extensão do dano. A partir desse levantamento dos técnicos, segundo a prefeitura, é feita a compra de novos cabos para reposição.

Alunos desejam poder estudar, sem medo. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

 

A SME também explicou que tem gasto médio anual de R$ 310 mil para recuperação de unidades da rede municipal de ensino que sofrem algum tipo de vandalismo. O valor inclui reposição de vidros, esquadrias, cabos, tubulações, grades, telhas, portas e serviços de pintura.

Sobre a questão da segurança, a secretaria afirmou que mantém contrato com a empresa G5 para o serviço de monitoramento interno (áreas cobertas por sensores) das unidades. Cabe à empresa repor itens furtados dentro dessas áreas monitoradas.

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No texto da nota, a pasta destacou que a população que vive perto das escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Curitiba pode contribuir para que as unidades educacionais estejam protegidas da ação de vândalos. A prefeitura disse que o apoio da comunidade é importante para que a Guarda Municipal, a polícia e a empresa de segurança possam agir rapidamente. Além do telefone 153 da Guarda, é possível ligar para a empresa G5, no telefone 3045 7940.

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