Nada a declarar

Acusados de tortura no caso Tayná se calam

Nove policiais civis, entre eles o delegado Silvan Rodney Pereira e um policial militar, se negaram a falar no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na tarde de ontem (27).

Eles alegaram, por instrução do advogado de defesa, medo que as imagens dos depoimentos vazassem, como aconteceu com as de um dos guardas municipais e também dos quatro suspeitos de matar Tayná Adriane da Silva, 14 anos.

O Ministério Público esperava que eles dessem suas versões sobre a acusação de ter torturado os quatro detidos para que confessassem o assassinato de Tayná. Dois guardas municipais, um agente de cadeia e um preso de confiança e um policial civil também são suspeitos de agredir o quarteto. Eles foram ouvidos nesta semana.

Os advogados dos outros detidos André Luís Romero de Souza, Marlus e Claudio Dalledone, foram procurados mas não atenderam os celulares e nem retornaram as ligações.

De acordo com o promotor Denílson Soares de Almeida, esse era o momento de o suspeito contar a sua versão. “Eles disseram que queriam que tudo fosse colocado apenas no papel, no entanto, já usamos o método de gravação há bastante tempo e isso torna tudo mais claro e transparente. Muitas pessoas fazem questão que o depoimento seja gravado”, explicou o promotor.

Crime

O corpo de Tayná foi encontrado em um poço, em Colombo, no dia 28 de junho e quatro funcionários de um parque de diversões próximo foram presos suspeitos do crime.

Eles confessaram o crime e afirmaram ter estuprado e matado a adolescente, no entanto sêmen colhido da calcinha da vítima não é de nenhum deles. Depois de alguns dias presos, os suspeitos apareceram machucados, e o advogado de defesa alegou que haviam sido torturados na cadeia, o que motivou a prisão dos policiais.

Os quatro suspeitos do crime foram colocados em liberdade e incluídos no programa de proteção a testemunha. De acordo com Denílson, na próxima semana deve ser feita a denúncia na Justiça. Os suspeitos de tortura permanecem presos até determinação judicial.