O protocolo de intenções assinado pelo prefeito Cassio Taniguchi é um importante passo para que o município implante uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil. O projeto, em fase de detalhamento técnico, deve ser desenvolvido em parceria com a Universidade Livre do Meio Ambiente.
A área escolhida para implantação da usina fica na Cidade Industrial de Curitiba e pertence à Companhia de Desenvolvimento de Curitiba, que deverá disponibilizar o local para construção da Unidade.
Pelo projeto, a usina terá condições de operar com capacidade para processar 240 toneladas de resíduos por dia. A usina vai transformar restos de argamassa, tijolos, peças pré-moldadas, cerâmicas e outras sobras enquadradas como classe A em matéria-prima para o próprio setor da construção.
Segundo a secretária de Meio Ambiente, Maria Lúcia Rodrigues, o material reciclado é uma espécie de valor agregado que pode ser incorporado em pavimentos e estrutura de acabamento, por exemplo.
No entanto, para que a usina opere em plena capacidade, é indispensável que seja feita a separação do material ainda nos canteiros de obras. O Plano elaborado pelo município prevê também práticas de Educação Ambiental através de parcerias com os representantes do setor (Sinduscon-PR) e a Unilivre.
"O projeto só terá sucesso se a educação ambiental for inserida no contexto da construção civil, para incentivar a separação dos resíduos conforme as classes estabelecidas em lei e também para evitar o desperdício de material ainda no local da obra, o que pode diminuir significativamente a quantidade de lixo gerado neste setor", fala a secretária.
Ao sinduscon-PR caberá também a viabilização de recursos financeiros e operação da usina e busca de alternativas e tecnologias para transformação e uso dos materiais recicláveis. O custo de implantação da unidade foi orçada em R$ 390 mil em infra-estrutura e R$ 380 mil para equipamentos.
O presidente do Sinduscon-PR, Ramon Andres Doria, diz que os resíduos da construção civil possui valor agregado muito grande, e isso garante a viabilidade de uma usina de reciclagem. "Além da caliça pode ser encontrado nesses entulhos ferro, aço, cobre e muitos outros componentes com imenso potencial de reaproveitamento, basta que a separação seja bem feita", fala Doria.