Crise em aeroportos já se reflete em companhias

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) e da TAM, Marco Antonio Bologna, disse nesta terça-feira (21), no Senado, que a crise nos aeroportos brasileiros já se reflete nas operações das companhias aéreas. Segundo ele, em novembro, a média de aproveitamento dos aviões caiu para 66%. Em outubro, ela era de 72%.

"Nós não somos sádicos nem masoquistas. O que vemos por aí (nos aeroportos) é ruim para os passageiros, para nossos funcionários e nos traz prejuízos porque gera custos", disse ele, referindo-se aos gastos que as companhias aéreas têm tido com combustível, hora extra dos funcionários e pagamento de diárias e alimentação para os passageiros.

Ele lembrou que, no último dia 6 de novembro, o sindicato encaminhou ofício à Agência Nacional de Aviação Civil com estimativas de prejuízos e aguarda uma resposta da agência reguladora. Ele avaliou que as medidas emergenciais que estão sendo adotadas para resolver a situação do controle do espaço aéreo poderão dar bons resultados no curto prazo. Mas alertou que mais ações precisam ser tomadas para o longo prazo, já que o setor tem potencial de crescimento de pelo menos 15% ao ano.

Marco Bologna criticou a falta de reuniões do Conselho Nacional de Aviação Civil, que deveria discutir preventivamente ações para o setor. Segundo ele, a primeira e última reunião do conselho ocorreu em outubro de 2003. Destacou ainda que, naquela época, o então ministro da Defesa, José Viegas, editou 18 resoluções com recomendações para tornar o crescimento do setor sustentável.

Entre essas resoluções, o empresário citou duas que alertavam para o problema de contingenciamento de recursos públicos para a aviação e a falta de pessoal treinado para, entre outras coisas, executar as tarefas do controle aéreo.

O presidente da TAM afirmou ainda que o sistema de aviação nunca vai trabalhar com 100% de pontualidade. Segundo ele, é possível, com investimentos, manter a média de atrasos nos padrões internacionais de, no máximo, 4% dos vôos.

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