Cresce movimento de passageiros em vôos domésticos

O transporte de passageiros realizado pelas companhias aéreas brasileiras dentro do território nacional aumentou 22% em fevereiro, em comparação com igual período do ano passado. O crescimento foi bem mais expressivo do que o registrado no segundo mês de 2005, quando houve alta de 7,4%.

Nos embarques de vôos internacionais, entretanto, ocorreu o contrário. O movimento caiu 6,3%, apesar da queda na cotação do dólar sempre atrair maior número de brasileiros para viagens com destino ao exterior. A queda foi mais acentuada do que a de janeiro último (-4,4%) e reverteu o desempenho de fevereiro do ano passado, mês em que a demanda tinha crescido 12,3%.

Os dados são do levantamento estatístico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). De acordo com o sindicato, no primeiro bimestre deste ano, houve expansão de 21,6% nos vôos domésticos, com embarque de 2,9 milhões de passageiros, e redução de 5,2% nos vôos internacionais oferecidos pelas empresas brasileiras, com o embarque de 1,9 milhão de passageiros.

Segundo o consultor aeronáutico e economista Paulo Sampaio, da empresa de consultoria Multiplan, o movimento interno de passageiros indica, "pela primeira vez, um fator interessante: se a Varig desaparecesse hoje do mercado, os vôos domésticos seriam absorvidos pelas demais companhias nacionais sem problemas de oferta de assentos".

Em janeiro e fevereiro últimos, cresceu em 23,4% o número de lugares nos aviões. No entanto, no que se refere ao transporte para fora do país, Sampaio manifestou preocupação com a "perda de participação brasileira para as empresas estrangeiras". Para ele, não haveria como substituir de imediato a Varig por outra companhia nacional nas rotas intercontinentais. Mesmo que a TAM viesse a receber as concessões, isso implicaria um custo muito elevado, porque seria preciso aumentar a frota, além de outros fatores específicos da operacionalização, afirmou Sampaio.

Voltar ao topo