Hoje é o último dia para que os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que analisa a compra de votos consiga as 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores necessárias para a prorrogação dos trabalhos da comissão. Segundo a sub-relatora da comissão, deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), até agora 121 deputados já assinaram um requerimento para a prorrogação dos trabalhos por 30 dias.
O primeiro entendimento dos parlamentares era de que a CPMI deveria ter sido encerrada ontem (16), mas os integrantes da comissão interpretam que os 120 dias de prazo de duração dos trabalhos deveriam ser contados a partir do dia seguinte ao da instalação. Com isso, o prazo terminaria hoje (17). A opinião tem base em interpretação do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Nesta manhã, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP) assinou o requerimento de prorrogação. "Não é só o Ricardo Izar que assinou. É o Conselho de Ética pedindo mais 30 dias". Segundo Izar, a prorrogação é fundamental para que a comissão elabore um relatório consistente que possa embasar os trabalhos do Conselho. "A CPI do Mensalão é a que abastece o Conselho de Ética: manda os documentos, as oitivas e as testemunhas. Há necessidade de uma prorrogação de pelo menos 30 dias".
A leitura do relatório do deputado Ibrahim Abi Akel (PP-MG) deve ser feita hoje a partir das 14h. O relator disse que o documento não cita a expressão "mensalão", porque os recursos não foram repassados aos parlamentares mensalmente. "Concluí pela existência de valores indevidos pagos parceladamente em sucessivas vezes, mas não tenho condições para afirmar que isso tenha sido feito exatamente a cada 30 dias", explicou.