CPI dos Sanguessugas tem provas contra 75 deputados

Pelo menos 15 dos 90 parlamentares acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias serão poupados no relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas, que será apresentado na próxima quinta-feira. Em um novo depoimento à comissão de inquérito, o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam principal empresa do esquema, reiterou as acusações contra 75 parlamentares e comprometeu-se a entregar, na terça-feira, novas provas contra "dois ou três" dos congressistas já citados nas investigações da CPI.

A CPI tem hoje provas "robustas" e "consistentes" contra 50 parlamentares, que terão seu pedido de cassação sugerido no relatório da CPI dos Sanguessugas. Contra 25 parlamentares há indícios de participação no esquema, mas ainda é preciso fazer novas diligências. "Infelizmente é uma minoria que está inocentada neste momento", disse o sub-relator de sistematização Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Provas

O relatório da CPI dos Sanguessugas será dividido em três partes de acordo com a gravidade das provas contra cada um dos 90 parlamentares. "Temos provas exuberantes, provas suficientes e provas ainda claudicantes", resumiu o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). Na primeira categoria serão incluídos os 50 parlamentares contra os quais existem provas robustas e consistentes. A CPI vai pedir a cassação do mandato desses parlamentares à Mesa Diretora da Câmara e do Senado.

Na segunda parte do relatório estarão os 25 parlamentares contra os quais existem indícios fortes de envolvimento com a máfia das ambulâncias, mas ainda são necessárias novas investigações. Por último, virão os parlamentares que foram notificados, mas acabaram inocentados por falta de provas e pelo depoimento de Vedoin.

No depoimento desta sexta-feira (4) à CPI, Luiz Vedoin não abordou a relação de ex-ministros da Saúde com o esquema. "Nós focamos apenas nos parlamentares", disse Carlos Sampaio. Vedoin contou ao tucano e ao relator que, em "dois ou três casos", os assessores de parlamentares negociavam com o esquema sem o conhecimento de seus chefes. "Tinha determinados assessores que agiam por conta própria e eram pagos sem o deputado saber. Mas são poucos casos, dois ou três", disse Sampaio.

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