O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, retificou, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que durou cerca de 30 minutos hora, a informação que dera, nesta quarta-feira, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão sobre a origem do dinheiro que recebeu do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares, em 2002.
Nesta terça-feira, Costa Neto afirmou que 80% dos recursos teriam vindo da agência de publicidade SMP&B, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, mas que desconhecia a origem dos 20% restantes, que foram pagos em dinheiro. Hoje, no entanto, o presidente nacional do PL afirmou que todo a verba foi da agência de publicidade.
"Tenho convicção de que o dinheiro era da SMP&B", disse. No testemunho, Costa Neto confirmou as declarações feitas ontem, na CPI. Mais uma vez, ele disse que nunca existiu mesada e que essa foi uma história inventada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
"Ele sabia que, se falasse em caixa dois, não haveria repercussão", declarou Costa Neto. O presidente nacional liberal negou que a ex-mulher dele, Maria Cristina Mendes Caldeira, tenha servido de tradutora numa viagem que fez a Taiwan. Maria Cristina garantiu, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que, nessa viagem, Costa Neto teria ido em busca de dinheiro para financiar a campanha. De acordo com o presidente do PL, no entanto, durante a viagem, ela fazia passeios no país e participou apenas de um jantar.
"Ela não foi tradutora. Em Taiwan, fala-se chinês, e não inglês", declarou o presidente liberal, completando que, durante a viagem, foi acompanhado de um tradutor de chinês. Costa Neto esclareceu ainda que o PT não se aproximava de Taiwan porque o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relações com a China, que é rival de Taiwan.
O ex-deputado do PL de São Paulo explicou também que, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, há uma colônia taiwanesa que produz cogumelos e que ele foi ao país discutir questões tributárias relacionas à exportação da planta para aquela nação. "Nunca a China reconheceu Taiwan, e Taiwan nunca ajudaria o PT", concluiu.