Coréia do Norte realiza teste de mísseis

A Coréia do Norte lançou na madrugada desta quarta-feira (pelo horário local) um míssil de longo alcance Taepodong-2 (T-2), que falhou 35 segundos após ser disparado, informou um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado americano. Segundo a fonte, a Coréia do Norte também testou outros três mísseis menores. Os três foram disparados de um local diferente do T-2, vigiado pelo serviço de inteligência dos EUA havia semanas.

O primeiro teste ocorreu aproximadamente às 3h30 (15h30 de hoje em Brasília) e o segundo, pouco depois das 4 horas. Fontes no Pentágono disseram que os testes foram feitos para coincidir com o lançamento da nave americana Discovery na Flórida. Eles chamaram os testes de "ato provocativo projetado para chamar atenção". EUA e Japão advertiram a Coréia do Norte contra o teste com o Taepodong-2 (com capacidade para alcançar 7 mil quilômetros e atingir o território americano), dizendo que tal lançamento seria considerado uma provocação.

A agência japonesa Kyodo disse que aparentemente os mísseis menores seriam mísseis de médio alcance Rodong, que caíram no Mar do Japão, a cerca de 500 quilômetros da costa oeste da ilha japonesa de Hokkaido. Mas um funcionário do Pentágono identificou os dois mísseis menores como variações do Scud. O Rodong tem um alcance de mil quilômetros e pode atingir o Japão. Já o Scud é um míssil de curto alcance que pode chegar ao território da Coréia do Sul.

O secretário de gabinete do Japão, Shinzo Abe, confirmou o lançamento dos mísseis e disse que o governo estava tentando confirmar que tipos foram usados. "A Coréia do Norte foi adiante com o lançamento, apesar dos protestos internacionais", disse Abe. "Isso é lamentável do ponto de vista da segurança do Japão, da estabilidade da sociedade internacional e a não-proliferação de armas de destruição em massa", acrescentou.

Abe anunciou que o governo japonês manterá uma reunião de emergência para analisar qual será a resposta do Japão. A Coréia do Norte testou em 1998 um míssil de longo alcance, o Taepodong-1, que sobrevoou o norte do Japão, mas declarou uma moratória de testes em 1999.

O governo da Coréia do Sul também convocou uma reunião para analisar a situação. O embaixador americano nas Nações Unidas, John Bolton, informou que estava em contato com outros 14 membros do Conselho de Segurança.

A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, conversou por telefone com altos funcionários da Coréia do Sul, China, Rússia e Japão (que com os EUA têm tentado persuadir a Coréia do Norte a desmantelar seu programa de armas nucleares desde 2002).

Um funcionário americano disse que o vice-secretário de Estado, Christopher Hill, que é o negociador-chefe dos EUA nas conversações com a Coréia do Norte, preparava-se para viajar para a região. Segundo os EUA, a Coréia do Norte teria pelo menos três armas atômicas, 20 instalações nucleares e entre 2.500 e 5 mil toneladas de armas químicas.

Na segunda-feira, a mídia estatal norte-coreana acusou os EUA de assediarem a Coréia do Norte e prometeu responder a qualquer ataque preventivo "com um ataque aniquilador e uma guerra nuclear". Os EUA ignoraram a ameaça, qualificando-a de "hipotética". Mas, ao mesmo tempo, o Pentágono adotou medidas para estar preparado para uma possível resposta militar a um lançamento de míssil. EUA e Japão recentemente firmaram um acordo para desenvolver um escudo antimísseis.

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