Consumo de não-duráveis cresceu 6% em 2005

O volume do consumo de bens não-duráveis pelas famílias brasileiras experimentou uma expansão de 6% em 2005, na comparação com o ano anterior, com uma alta de 9% no gasto médio dos domicílios. Esse é o resultado de uma pesquisa conduzida pela consultoria LatinPanel para apurar os hábitos de consumo dos brasileiros no ano passado.

De acordo com o estudo, que considera a aquisição de 70 produtos de higiene pessoal, alimentos, bebidas e limpeza, por um universo de 82% da população domiciliar do País, o brasileiro se endividou mais para consumir em 2005 e gastou mais com lazer do que com educação.

A pesquisa mostra que, no tocante ao volume médio adquirido, os itens de higiene pessoal foram os que registraram maior expansão de 11%. Em seguida, aparecem as bebidas não alcoólicas e produtos de limpeza, que tiveram alta de 6%; e alimentos (4%).

Quando analisados os gastos por segmentos, o cenário se mantém praticamente inalterado. Em primeiro lugar aparecem os itens de higiene pessoal, com uma elevação de 13%, seguido por bebidas (12%), limpeza (10%) e alimentos (7%).

Esses aumentos, segundo o levantamento, só foram possíveis por conta do aumento das dívidas do brasileiro. Em 2005, enquanto a renda média cresceu 4%, segundo a LatinPanel, o endividamento continuou superior ao orçamento mensal das famílias. Os dados mostram que o brasileiro gastas 3% a mais do que ganham e que, 85% das famílias, esgota seus rendimentos antes do fim do recebimento do próximo salário.

O orçamento apertado tem levado as famílias a optarem por financiamentos por meio de cartões de crédito, presente em 39% dos lares e por compras a prazo. O estudo da LatinPanel mostra que 53% das famílias do País compram itens de vestuário a prazo, enquanto 51% parcelam a aquisição de eletroeletrônicos e 42% dividem o pagamento de móveis. Nos supermercados, 29% das compras também já são parceladas.

A pesquisa mostra ainda que as famílias concentram a maior parte dos gastos com lazer. Cerca de 5% da receita familiar é destinada para o lazer, quando só 2% vai para a educação. Já a alimentação fora do lar consome 8% da renda dos lares.

Nos gastos com lazer, em torno de 23% se destinam para jogos de azar e apostas. O aluguel ou compra de CDs, DVDs e Vídeo Games já representa 28% dos gastos.

Os bens não-duráveis, foco do estudo, tomam 25% da renda das famílias. Nesta categoria, os alimentos recebem 72% dos recursos seguido pelos itens de higiene (15%), limpeza (7%) e bebidas – incluindo alcoólicas – (6%).

Segundo a diretora comercial da LatinPanel, Margareth Utimura, a expectativa é de uma manutenção do crescimento do consumo, porém num patamar menor do que o observado em 2005. "A grande dúvida para 2006 é até que ponto pode chegar o endividamento das famílias", diz.

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