Consumo de energia elétrica registrou aumento de 3,8% no ano passado

Rio de Janeiro – O consumo de energia elétrica cresceu 3,8% no país em 2006 na comparação com o ano anterior. O resultado ficou pouco abaixo da previsão de 3,9%, apresentada no início deste ano pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e  Energia.

Segundo relatório divulgado nesta terça-feira (23) pela EPE, manteve-se a tendência de crescimento anual do consumo energético superior ao da economia. De acordo com a empresa, em 2006, a aceleração foi 36% acima dos níveis projetados para o setor econômico.

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, ressaltou, no entanto, o consumo poderia ter sido maior, mas foi prejudicado pelo fraco desempenho da economia, pela maior ocorrência de chuvas e pelas temperaturas que ficaram mais baixas no decorrer do ano.  ?As temperaturas mais baixas levam a um consumo menor nos setores residencial, com aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, e comercial. Já as chuvas fazem com que se use menos energia para irrigação?, explicou.

Tolmasquim disse que o segundo trimestre foi o que registrou o mais baixo crescimento do ano (2,2%). O resultado foi influenciado pelo fator ?Copa do Mundo?, que provocou queda nas atividades da indústria e do comércio e reduziu o número de dias úteis no mês. Além disso, nessa época foram registradas as temperaturas mais baixas do ano.

O consumo do setor industrial, que corresponde a 44% do total da eletricidade consumida no país, registrou alta de 3,6% e ficou acima da produção industrial (3%). Tolmasquim destacou que os produtos voltados para o mercado interno foram os que mais influenciaram o consumo de energia pela indústria, já que a produção para exportação, como dos setores têxtil e de calçados, perdeu mercado em função da valorização cambial.

No setor residencial, que corresponde a 25% do total, o consumo cresceu 3,9%. O desempenho foi puxado pela incorporação de 1,65 milhão de novos consumidores. Com esse acréscimo, chega a 97% o total de residências no país que recebem energia elétrica.

Em comércio e serviços, que representa 16% do total, o consumo de energia elétrica subiu 4,5%, a maior elevação percentual entre os segmentos. O resultado foi influenciado pela expansão e modernização da rede hoteleira e de outras instalações voltadas para o turismo, com serviços de climatização, automação e informatização.

De acordo com os dados divulgados pela EPE, ao todo, foram incorporadas, no ano passado, 2,078 milhões de unidades consumidoras às redes elétricas, sendo 29% relacionadas ao programa Luz para Todos.

Maurício Tolmasquim estima que, neste ano, o mercado de energia elétrica cresça 5,3%, considerando que a economia do país atinja entre 4% e %5 de crescimento. Para o setor industrial, a previsão de crescimento é de 4,6%; de 6,0% no setor residencial e de 6,6% em comércio e serviços.

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