Consumo das famílias cresceu para R$ 1 trilhão em 2005

Depois de cinco anos em queda, o peso do consumo das famílias dentro do Produto Interno Bruto (PIB) voltou a subir no ano passado. A participação dos gastos familiares – que chegaram a representar 62,3% do PIB em 1999 – despencou sucessivamente até chegar a 55,2% em 2004. No ano passado recuperou-se e foi a 55,5%. Para economistas, este peso deverá voltar a crescer pelo segundo ano consecutivo e chegar perto aos 56% em 2006.

O consumo das famílias cresceu, em valores nominais, R$ 100 bilhões no ano passado, ultrapassando a casa do trilhão de reais De 2004 para 2005, o valor foi de R$ 975 bilhões a R$ 1,075 trilhão, conforme os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o economista da MB Associados, Sérgio Valle, o ganho de massa salarial e a expansão de crédito incentivou o consumo. Ele estima que o consumo este ano será R$ 107,6 bilhões superior ao de 2005.

"No ano passado, houve uma recuperação bastante forte na massa de salários. Isso ocorreu por causa do avanço nos rendimentos reais e do pessoal ocupado. Além disso, houve crédito num crescimento bastante razoável. A renda continuará a crescer este ano, mas com uma diferença. O crescimento deste ano vai ser mais concentrado nas classes que são mais pobres e o consumo deve se voltar aos bens mais simples", comentou o economista.

Ele cita que apenas o aumento do salário mínimo deverá gerar um impacto adicional este ano ao redor de R$ 16 bilhões. Valle também argumenta que pode haver um aumento no raio de ação do Bolsa Família, o que também injetaria mais recursos na economia. O outro fator é a redução dos taxas de juros, que acabará sendo gradativamente refletida nos financiamentos.

A estimativa é de que o peso do consumo familiar no PIB volte à faixa dos 56%. "O ano passado foi muito bom para o consumo. Sempre vinha crescendo abaixo do PIB antes", comentou a técnica do IBGE Maria Laura Muanis. Em 2005, o consumo das famílias (3 1%) registrou avanço bem acima do PIB (2,3%). Para 2006, o Ipea prevê que o gasto familiar será ainda maior (4,8% ante 2005, acima do crescimento projetado para a economia (3,4%).

Voltar ao topo