Construção civil espera mais crédito para habitação

Brasília – A indústria da construção civil quer que o governo mantenha em 2006 a pressão sobre os bancos para que liberem mais empréstimos habitacionais. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) defendeu hoje (16) a prorrogação de uma medida que reduziu a correção mensal dos recursos bancários não aplicados no financiamento habitacional e recolhidos pelo Banco Central (BC). Segundo o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, com a correção menor do dinheiro retido, o sistema bancário foi "forçado" a conceder mais empréstimos para a compra da casa própria. O assunto poderá estar na pauta da próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para o dia 22, que será a última do ano.

Os bancos são obrigados pelo BC a direcionar 65% de tudo o que captam em cadernetas de poupança para os financiamentos habitacionais. Como punição às instituições, o que não for usado nesse tipo de crédito fica depositado no BC e corrigido com o equivalente a 80% da TR. A TR vale atualmente em torno de 3% de juros ao ano. Até março de 2004, no entanto, a correção era mais alta, o equivalente ao que rende a poupança, TR mais 6,17% de juros ao ano.

Simão ressaltou que alteração contribuiu para que os bancos aumentassem os empréstimos, já que deixá-los depositados no BC era bem menos lucrativo. "Se essa mudança for feita, não haverá mais esse incentivo", disse Simão, acrescentando que a entidade está pressionando pela prorrogação.

A CBIC projeta para 2006 que pelo menos R$ 8,7 bilhões sejam ofertados pelos bancos privados e pela Caixa Econômica Federal (CEF) aos financiamentos habitacionais. As perspectivas do setor para o ano que vem são de um cenário mais favorável que 2005. A CBIC espera que o PIB da construção civil cresça 6,4% contra apenas 0,9% de crescimento projetados para este ano. Entre os motivos apontados para o desempenho ruim, o dirigente da CBIC citou juros altos, baixos investimentos públicos na área de infra-estrutura e saneamento e direcionamento de mais recursos orçamentários.

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