Conflitos agrários quase dobram no governo Lula

Nos dois primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2004) ocorreram 2.733 conflitos pela posse da terra no Brasil, quase o dobro das 1.424 ocorrências verificadas nos dois últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Mas o número de mortos vem caindo no governo Lula e passou de 73 em 2003 para 39 em 2004, redução de 46,6%.

Os dados estão na última edição do relatório "Conflitos no Campo", divulgado hoje pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica. Só em 2004, foram 1.801 atos de violência contra camponeses, o maior número verificado desde que a pesquisa foi iniciada, há 20 anos.

O presidente da CPT, d. Thomaz Balduíno, creditou o aumento dos conflitos no campo a três fatores: o avanço do agronegócio, chamado de "força maldita", o aumento da repressão institucional, comandado pelo Poder Judiciário, e à falta de compromisso do governo federal com a reforma agrária. O número de prisões de trabalhadores rurais aumentou 10,8% no período e o de famílias despejadas, 5,5%.

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