Comunidades Indígenas auxiliam na melhoria da cobertura florestal

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues assinou nesta terça-feira (20), durante a Escola de Governo, convênios com a Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos, para que as comunidades indígenas passem a atuar na fiscalização da araucária, localizada em suas terras, aumentando os locais de plantio através do Programa Mata Ciliar. O secretário anunciou ainda a inclusão, pela primeira vez na história, de um representante indígena no Conselho Estadual do Meio Ambiente.

?Estamos buscando o apoio dos povos indígenas, que possuem relacionamento e conhecimentos tradicionais com o meio ambiente, para garantir a preservação do que resta das florestas do Paraná?, disse Rasca.

A Brigada Indígena de Vigilância e Fiscalização Ambiental inicia seu trabalho na área de Mangueirinha, que abriga um dos maiores remanescentes de araucária do planeta. A área total é de 17 mil hectares, com aproximadamente nove mil hectares de floresta com araucária.

Serão indicados 14 indígenas e um coordenador para integrar a equipe de fiscalização. Eles atuarão em tempo integral no patrulhamento das divisas das áreas indígenas com propriedades rurais. O Programa prevê a implantação de três postos de vigilância fixos, veículo para fiscalização, kits contra incêndio e capacitação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em ações de fiscalização integrado com o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde.

O secretário Especial para Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, disse que os índios devem ser responsáveis pela gestão territorial e fiscalização de suas terras. ?Eles precisam estar preparados para agir na prática contra as agressões ambientais que atingem suas terras?.

Para o cacique da reserva Indígena de Mangueirinha, Valdir Kokoj, é muito importante que o governo ofereça estrutura e capacitação para que os índios possam cuidar das suas florestas. ?A nossa visão de natureza é de preservar e conservar e não de comercializar nossos recursos naturais?, disse.

Mata Ciliar

As áreas indígenas do Paraná também serão beneficiadas com a inclusão no Programa Mata Ciliar. O convênio prevê a capacitação dos índios, por técnicos do IAP e Emater, para que possam plantar as mudas, prioritariamente de araucárias, nas áreas para recuperação nas margens dos rios que cortam as aldeias. As mudas serão fornecidas pelos viveiros do IAP. As atividades de educação ambiental também farão parte do convênio.

O coordenador de Assuntos Indígenas da Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos, Edívio Battistelli, explicou que a implantação do Programa Mata Ciliar nas áreas indígenas é fundamental para evitar as agressões na vegetação que protege os rios, como ocorreu durante o período de expansão agrícola do Paraná. ?As suas terras indígenas eram arrendadas ilegalmente para produzir grãos na região centro sul e café na região norte. Hoje, restou a eles a condição de recuperar as matas ciliares destruídas no passado?, informou.

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