Compras pela internet sobem 57% no 1.º trimestre

As compras feitas pela internet de bens de consumo, automóveis e serviços ligados ao turismo somaram R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) e da E-Consulting. O montante representou o incremento de 57% em relação ao mesmo período de 2006. Com o resultado, o diretor da E-Consulting e também integrante da Câmara-e.net, Daniel Domeneghetti, estima que o setor deva movimentar entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões neste ano. Em 2006, o conjunto desses segmentos movimentou R$ 13 bilhões.

As vendas de automóveis somaram R$ 1,95 bilhão nos três primeiros meses deste ano, valor 59% superior aos registrado em igual período anterior. A parte de bens de consumo foi responsável pelo montante de R$ 1,65 bilhão, um aumento de 90,5% em relação ao verificado no segmento no primeiro trimestre de 2006. A área de turismo respondeu pelo menor total. Com movimento de R$ 800 milhões, registrou crescimento de 12%, na mesma comparação.

De acordo com Domeneghetti, o aumento das vendas de veículos seguiu a tendência de crescimento verificada no meio físico no período. No varejo tradicional, apontou, as vendas do segmento tiveram alta de 17%. A migração de parte das vendas para o canal eletrônico é um dos fatores para o incremento do varejo online desse segmento, ressaltou o diretor da E-Consulting.

Já o crescimento menor na receita de turismo, ressaltou Domeneghetti, deve-se ainda à configuração atual do setor, ainda formado por pequenas empresas, seja no segmento de hospedagem ou agências. Os recentes problemas registrados nos aeroportos, como os atrasos de vôos, também foram apontados pelo diretor como fator impactante para o resultado do primeiro trimestre deste ano para a área.

O desempenho da área de bens de consumo, cujo aumento foi o maior dos três segmentos, ficou acima do montante apresentado recentemente pela pesquisa da e-bit, de R$ 1,2 bilhão. Domeneghetti, da E-Consulting, destaca que o estudo apresentado hoje e que revela o alcance do patamar de R$ 1,65 bilhão nas vendas de bens de consumo inclui as transações realizadas em sites de leilões, de troca e também os valores pagos a portais que permitem, por exemplo, pesquisas de preços de produtos e que por isso, recebem um porcentual sobre as transações.

Empresas

As transações realizadas entre empresas por meio da internet somaram R$ 133,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo estudo divulgado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) e E-Consulting. O total foi 43,5% superior ao registrado no mesmo período de 2006.

A categoria de operações geradas por meio de portais de grandes empresas, como distribuidores, fornecedores e revendedores, movimentou R$ 116,7 bilhões, o equivalente a 87,5% do total. O montante ficou 48,6% acima do que o verificado nesse segmento no primeiro trimestre do ano passado. A segunda categoria integrante do índice denominado pela E-Consulting de B2B Online registrou o montante de R$ 16,7 bilhões no período, ou 12,5% do total transacionado. Nesse segmento, a expansão foi de 15,9%.

Domeneghetti apontou que a migração de operações feitas tradicionalmente no meio físico para o meio online tem contribuído para o avanço das transações registradas entre empresas na internet. "Ainda há uma concentração nas grandes empresas, mas está havendo um crescimento forte e consistente", afirmou.

Na tentativa de contribuir para o avanço das transações tanto entre empresas quanto daquelas direcionadas ao consumidor final, a Câmara-e.net apresentará até junho deste ano uma proposta para incluir o uso da certificação digital, que permite segurança nas operações sem a necessidade de senhas, no PCI, protocolo mundial para o desenvolvimento e padronização de critérios voltados para a segurança em transações realizadas por meio de cartões de crédito, no varejo físico e online.

Durante o anúncio dos números sobre o desempenho do comércio eletrônico, o Movimento Internet Segura (MIS), comitê da Câmara-e.net, destacou o apoio que dará ao fortalecimento da implantação do PCI, em desenvolvimento no País desde 2005 e por bandeiras de cartões de crédito como Visa, Mastercard, American Express e Hipercard.

"A idéia é tornar o cartão ainda mais seguro do que é hoje. O MIS apóia esse movimento para contribuir com o desenvolvimento da cultura de segurança digital", afirmou o coordenador do MIS, Igor Rocha. De acordo com a Visanet, cerca de 600 empresas varejistas, como Pão de Açúcar e Carrefour, deverão passar a adotar os critérios do PCI até 2009 no Brasil.

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