Comissão investigará negócios da Parmalat no Brasil

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados vai investigar os negócios da Parmalat no Brasil, diante da crise da multinacional italiana, desencadeada recentemente com o anúncio de uma dívida de 10 bilhões de euros, o equivalente a R$ 35 bilhões. Na terça-feira (27), os 21 parlamentares que integram a comissão vão se reunir para definir um cronograma de trabalho e votar os primeiros requerimentos de audiências públicas com os envolvidos no escândalo financeiro.

Eleito presidente da comissão, o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS) nomeou Assis Miguel (PT-PR) para a relatoria. Waldemir Moka disse que a comissão precisa ter acesso aos documentos e às pessoas responsáveis pela Parmalat no Brasil. “Se tem recursos públicos envolvidos, quem preside essas instituições também deve ser ouvido”, argumentou.

O parlamentar esclareceu que o primeiro passo de comissão deve ser avaliar a situação dos pequenos produtores rurais que estão endividados por causa da crise na Parmalat. De acordo com o relator Assis Miguel, um milhão e meio de pessoas dependem diretamente da produção leiteira no Brasil. ?É preciso identificar onde estão os fatores que levaram a Parmalat a criar tamanho prejuízo?, observou o deputado.

Segundo Francisco Turra (PT-RS), um dos integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara, que idealizou a comissão especial, a empresa italiana é responsável pela compra de 1 bilhão de litros de leite por ano no Brasil. “Neste primeiro momento, a função da comissão é acompanhar o desfecho da crise. Se forem encontradas irregularidades, ela poderá sugerir a criação de uma CPI”, informou o parlamentar, lembrando que os congressistas deverão convocar os diretores da Parmalat no Brasil para participar de audiências na Câmara.

Francisco Turra disse que é preciso criar condições para resolver o problema dos pequenos produtores rurais que dependem da produção de leite. Isso pode ser feito com o apoio de cooperativas e recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, afirmou.

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