Comissão define lista de pessoas que podem esclarecer fraudes na saúde

Brasília ? A Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara dos Deputados quer ouvir 11 pessoas envolvidas nas denúncias e na investigação da Operação Sanguessuga, além de 15 dos 16 deputados que serão investigados. Segundo o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), as pessoas serão convidadas a depor, porque a comissão não tem poder de convocá-los como faz uma comissão parlamentar de inquérito.

Os depoimentos na comissão de sindicância deverão começar na terça-feira (16). O primeiro a depor será o delegado da Polícia Federal, responsável pela Operação Sanguessuga, Tardelli Boaventura. O segundo deverá ser o procurador da República designado para acompanhar a operação, Paulo Gomes Ferreira Filho. Apenas o deputado Reginaldo Germano não será convidado pela corregedoria por enquanto. Segundo Ciro Nogueira, o órgão aguarda a sindicâncida da Diretoria Geral da Câmara, que apura o envolvimento do assessor de Germano que está preso. Só depois haverá a definição do convite para explicações formais.

Segundo a lista da corregedoria, também serão ouvidos: a ex-funcionária do Ministério do Saúde, Maria da Penha Lino, que é ligada ao esquema e está presa em Cuiabá; Darci José Vedoin, sócio da Planam, empresa que vendia as ambulâncias superfaturadas; Luiz Antônio Trevisan Vedoin, filho de Darci; Clélia Maria Trevisan, esposa de Darci e empresária; Gustavo Trevisan Gomes, empresário supeito de estar no esquema; Alessandra Trevisan Vedoin, ligada à empresa Planan; Ronildo Pereira Medeiros, empresário suspeito de estar no esquema; Alessandro Silva de Assis, representante comercial da Planam; além de Felipe Fernandes Freitas, motorista ligado à Planam e suspeito de ser o responsável pelo contato com os parlamantares.

Como a comissão não pode de convocá-los, ficará a critério de cada convidado a data de comparecimento. Os deputados poderão prestar esclarecimentos à sindicância pessoalmente ou por escrito (Veja a lista dos que devem dar esclarecimentos). Existe a possibilidade de a comissão designar uma comissão para viajar para outros estados e ouvir as pessoas, como é o caso de Mato Grosso, onde a maior parte dos suspeitos está preso. Até agora, a Polícia Federal prendeu 55 pessoas suspeitas de pertencerem a uma quadrilha que fornecia ambulâncias superfaturadas para prefeituras.

Ontem (10), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu investigar 16 dos 63 deputados mencionados no documento da Justiça Federal como possíveis envolvidos em fraudes da compra superfaturada de ambulância por meio de emendas parlamentares. A Operação Sanguessuga prendeu 50 pessoas envolvidas no esquema. Entre eles, secretários parlamentares, funcionários do Ministério da Saúde, integrantes de prefeituras.

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