Comemorações do 1º de Maio vão enfatizar Emenda 3

A manutenção do veto presidencial à Emenda 3 será a principal pauta de todas as centrais sindicais neste 1º de Maio, Dia do Trabalho. Vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Emenda 3 transferia para o Poder Judiciário a definição de vínculo empregatício, beneficiando profissionais liberais que atuam como pessoas jurídicas e as empresas que utilizam seus serviços, em substituição ao contrato de trabalho pela CLT.

A festa da CUT de São Paulo, no cruzamento da São João com a Ipiranga, unirá o ato político à discussão sobre desenvolvimento econômico com distribuição de renda, valorização do trabalho e defesa do meio ambiente. ?Nós vamos discutir o tema de uma forma leve e descontraída. A CUT apóia a iniciativa do governo de implantar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas o País precisa crescer com distribuição de renda e temos que explicar isso para os trabalhadores?, afirmou o presidente da CUT-SP, Edílson de Paula Oliveira.

O sindicalista reforçou a importância da discussão da Emenda 3. ?A maioria das pessoas não sabe o que é Emenda 3 e o assunto só está sendo repercutido por causa da mídia. Elas precisam entender que a emenda traz um risco muito grande de precarização ao trabalho?, alertou.

?Os trabalhadores em defesa do Planeta? será o lema da festa da Força Sindical na capital paulista. O presidente da central, o deputado federal pelo PDT Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sustenta que sem o planeta, os trabalhadores não têm futuro. E, claro, as lutas diárias não serão deixadas de lado. ?Não podemos esquecer da Emenda 3, regulamentação do trabalho aos domingos, a terceirização e os sindicatos dos aposentados?, lembrou. ?Temos que pegar no pé do governo?, enfatizou.

Do megashow da Força estarão presentes lideranças como o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o ministro da Previdência, Luiz Marinho, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o ex-senador Cristovam Buarque, o secretário Estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Afif Domingues, presidente da Fiesp, Paulo Skaf e o presidente da OAB, Luiz Flávio D´Urso.

O eixo central da festa da CUT-RJ será ?mais e melhores empregos?. Para a presidente da regional carioca, Neusa Luzia Pinto, a redução da jornada de trabalho, a formalização dos contratos e a luta pela terra serão temas enfatizados durante a festa. ?Vamos nos organizar para enfrentar a disputa que está instalada hoje no governo. Vamos debater também a Emenda 3 que formaliza, de um modo embutido, as formas insustentáveis do trabalho?, reiterou.

Rio de Janeiro e Porto Alegre

A comemoração no Rio de Janeiro será marcada por quatro etapas. A primeira foi realizada ontem com um ato contra o modelo de política monetária do Banco Central. Na segunda-feira, a CUT fará ato dos movimentos sociais da zona oeste. No dia 1º, os trabalhadores se reunirão na Praça 1º de Maio, em Bangu. No dia 2, o encerramento da comemoração será feito com uma panfletagem contra as mazelas sofridas pelas mulheres no mercado de trabalho em frente à loja de roupas C&A, no centro da capital. ?Vamos também fazer trabalhos culturais com artistas que não foram contaminados pela cultura dominante nem pela lógica do capitalismo?, afirmou.

No Rio Grande do Sul, a Emenda 3 e os direitos dos trabalhadores serão os principais temas de comemoração no Parque Farroupilha, em Porto Alegre. ?Vamos destacar a valorização do trabalho e o desenvolvimento da sociedade com a distribuição de renda com atos político e cultural?, explica o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowske.

A CUT-DF vai promover debates sobre o tema ?desenvolvimento econômico com distribuição de renda, valorização do trabalho e geração de emprego?. ?Dentro deste tema, vamos discutir e comemorar as demandas e as dificuldades da classe, que inclui também, a Emenda 3?, anuncia o diretor de imprensa da central, Cícero Rola.

Voltar ao topo