Combate à violência infanto-juvenil é tema de encontro em Curitiba

A implantação de comissões municipais interdisciplinares de combate à violência contra crianças e adolescentes é o principal objetivo de um encontro de capacitação, que acontece até quarta-feira (01) em Curitiba, promovido pela Comissão Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, com o apoio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP).

Profissionais das áreas da saúde, assistência social, educação, segurança pública e Direito da capital e dos 35 municípios da região metropolitana e do litoral participam, desde segunda-feira (30), do curso de capacitação, no Hotel Caravelle. Além de aprender como identificar sinais de violência em crianças e adolescentes, esses profissionais irão dar o primeiro passo para a construção de uma rede de proteção em cada um dos municípios.

De acordo com a pediatra Luci Pfeiffer, membro da Sociedade Paranaense de Pediatria, o primeiro passo para o combate à violência infanto-juvenil é a notificação, mesmo que seja apenas uma suspeita. ?A notificação não é um encaminhamento para a prisão dos responsáveis, mas o acolhimento da família para tratamento, para que se possa chegar à conclusão do que está levando àquele comportamento violento?, explica.

?Em casos mais raros, o agressor deve ser afastado. Por isso, é que nós precisamos de sensibilização e capacitação para que as pessoas possam traduzir os sinais?, afirma a pediatra. ?Habitualmente, uma criança que sofre de alguma forma de mau-trato tem um tipo de transtorno em seu comportamento, seja para a agressividade, se ela reproduz o que acontece com ela, seja pela apatia, quando ela já desistiu do mundo adulto e começa a ter regressões nas etapas de seu desenvolvimento?, diz a médica.

Luci Pfeiffer citou alguns dos sintomas que podem ser identificados: ?uma criança que começa a gaguejar, fazer xixi na cama de novo, que não consegue se relacionar com os colegas apresenta sinais de alerta importantes. Após a identificação desses sinais, indicações mais específicas, como as marcas na pele e os tipos de fratura, podem nos ajudar a chegar ao diagnóstico completo?, exemplifica a pediatra.
Neste segundo dia de encontro, os participantes vão conhecer os principais tipos de violência ? negligência e violências física, psicológica e sexual ? do ponto de vista médico, além de ficarem por dentro dos aspectos legais da violência contra crianças e adolescentes e do caminho a ser tomado diante de uma denúncia.

E na quarta-feira (01), último dia de encontro, as entidades que compõem a Comissão Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes irão apresentar suas atribuições, a fim de embasar os trabalhos em grupo para a construção das redes de proteção municipais.

Encontros – Além do encontro em Curitiba, serão realizados eventos nas regiões de Cascavel, de 7 a 9 de novembro; Londrina, de 21 a 23 de novembro; e Guarapuava, de 29 de novembro a 1º de dezembro. Os 29 municípios da região de Maringá já fizeram a capacitação.

Os encontros fazem parte das ações do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil, aprovado em maio de 2005, e que prevê um conjunto de ações governamentais e da sociedade, com o objetivo de combater a violência sexual contra crianças e adolescentes?.

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