Ciro ataca Serra e os “barões paulistas”

Sabará – O candidato à presidência da república pelo PPS, Ciro Gomes, disse hoje que não se sente “justiçado” com a decisão preliminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que concedeu direito de resposta ao presidenciável do PSDB, José Serra no programa eleitoral da Frente Trabalhista, sendo que solicitação idêntica foi negada a ele.

“Qualquer pessoa que tem um mínimo de senso de justiça vai achar que tem alguma coisa esquisita e errada. O povo que julgue se isso é justo”, afirmou Ciro, que no entanto fêz questão de ressaltar que decisão judicial deve ser sempre acatada. “Mas eu me sinto sem aquela sensação agradável de justiça”, ponderou. “O candidato do governo, que já tem todo o poder da máquina e da mídia, vai ao TSE, pede direito de resposta e ganha. Enquanto todo o Brasil assistiu aos ataques frontais contra mim”, reclamou o ex-ministro da Fazenda, que voltou a chamar Serra de covarde por usar, segundo ele, de forma “manipulada” e “clandestina” sua imagem durante os programas televisivos.

Ciro reafirmou que de acordo com pesquisas quantitativas realizadas pela Frente Trabalhista ao não assinar as inserções publicitárias, Serra leva a população a acreditar que a Rede Globo seria a autora das acusações. Ele também acusou novamente o tucano quando este estava no Ministério da Saúde, de ter contratado sem licitação, uma empresa especializada em escuta telefônica. Na mesma época, segundo Ciro, aparelhos seus, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e do governador do Ceará, Tasso Jereissati, foram grampeados, embora não tivesse como provar a relação entre um fato e outro.

Barões

O candidato da Frente Trabalhista participou de uma carreata até Sabará, e caminhou, ao lado da namorada, Patrícia Pillar pelas ruas da cidade histórica, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Ciro recebeu um documento Núcleo Negro do PPS mineiro com propostas do movimento.

Discursando das escadarias da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, cuja a construção foi iniciada no século 17, Ciro disse que o Brasil socialmente mudou muito, mas continua governado por barões. “Eles mudaram a cara. Não são mais os barões da mineração, não são mais os barões da cana-de-açúcar. São agora os barões do capital financeiro internacional e de seus sócios, que estão destruindo a economia brasileira.”

Questionado sobre a estratégia de sua candidatura para o Estado, em entrevista à TV Alterosa, retransmissora do SBT em Minas, o candidato disparou contra o atual modelo de poder concentrado, segundo ele, por uma “oligarquia de barões paulistas”. Na opinião de Ciro, este modelo precisa ser destruído. “Minas é Junto com o Rio Grande do Sul, o Estado mais importante do equilíbrio da Federação Brasileira. O atual modelo de poder que concentra uma oligarquia de barões paulistas no poder precisa ser destruído. E eu conto, profundamente conto, senão eu não quero nem ser presidente, com a sensibilidade do povo de Minas Gerais para essa grande tarefa”.

Ao lado da namorada, a atriz Patrícia Pillar, o presidenciável do PPS participou de uma caminhada pela região noroeste de Belo Horizonte. Cercado por militantes, o casal cumprimentou populares, deu autógrafos e tomou caldo de cana em uma lanchonete. Antes de chegar a Sabará, o candidato visitou na região nordeste de Belo Horizonte, duas moradoras – Luzia de Souza e Simone Martins da Silva -, que se feriram levemente com fogos e artifícios enquanto aguardava sua visita ao Mercado Central da capital mineira. No final da tarde, ele viajaria para Montes Claros, região norte de Minas Gerais.

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