China não fará interdição de cargueiros norte-coreanos

O embaixador da China na ONU, Wang Guangya, disse nesta segunda-feira (16) que seu país realizará inspeções para localizar qualquer suposta arma da Coréia do Norte, mas insistiu que seu país não fará nenhuma interdição de cargueiros em alto mar. "Inspeções sim, mas inspeções são diferentes de interceptação e interdição", disse Wang.

A China aprovou no sábado no Conselho de Segurança da ONU a imposição de sanções contra a Coréia do Norte por seu teste nuclear, mas Wang disse que a resolução não torna obrigatório que todas as nações inspecionem os cargueiros que partam da Coréia do Norte ou que cheguem ao país. Ele disse que os Estados poderão realizar tal operação se necessário e "de acordo com suas autoridades legais". "Acho que nessa área, diferentes países devem fazer isso de formas diferentes", disse.

Os EUA iniciaram nesta segunda-feira uma ofensiva diplomática dirigida aos países vizinhos da Coréia do Norte para garantir a plena aplicação da resolução da ONU. Além da autorização para que os países interceptem e inspecionem cargueiros norte-coreanos, a resolução também inclui o embargo de armas pesadas à Coréia do Norte, assim como o congelamento de bens de pessoas ou empresas ligados ao programa de armas norte-coreano.

O negociador americano, Christopher Hill, chegou nesta segunda-feira à noite ao Japão e viajará na quinta-feira à Coréia do Sul. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, se juntará a Hill em Seul antes de viajar para a China. As autoridades chinesas começaram nesta segunda-feira a inspecionar caminhões de carga que seguiam para a Coréia do Norte. No posto fronteiriço da cidade chinesa de Dandong, cerca de 30 caminhões chineses eram inspecionados na manhã desta segunda-feira, enquanto 50 caminhões norte-coreanos vazios esperam para entrar na China para pegar sua carga.

A China é o principal sócio comercial da Coréia do Norte, mas seu apoio é crucial para o êxito das novas medidas da ONU. Os dois países dividem 1.416 quilômetros de fronteira, através dos quais é feito o comércio e a China envia a maior parte de sua ajuda à Coréia do Norte, incluindo 90% do petróleo usado pelos norte-coreanos. O comércio exterior total da Coréia do Norte no ano passado foi de menos de US$ 4 bilhões e a China foi responsável pela maior parte dele, com US$ 1,7 bilhão em exportações e US$ 500 milhões em exportações.

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