Cerca de 3 mil protestam a favor de Saddam na Jordânia

No maior protesto pró-Saddam Hussein realizado até agora, cerca de 3 mil pessoas tomaram as ruas do centro de Amã para protestar contra a influência dos Estados Unidos e dos muçulmanos xiitas no mundo árabe. Os manifestantes, a maioria formada por sunitas e grupos de oposição jordanianos, acusaram o Irã de estar envolvido na controversa execução do ex-ditador iraquiano, que foi enforcado sábado passado em Bagdá.

"Morte à América e ao Irã", gritava a multidão, que marchou a partir de uma mesquita localizada no centro da capital jordaniana. Várias pessoas carregavam fotos de Saddam e bandeiras do Iraque. "A execução de Saddam foi um crime hediondo e é óbvio que o Irã está por trás deste assassinato", disse o manifestante Bassam al-Qadoumi, ecoando o pensamento comum no mundo árabe de que o conflito sectário no Iraque reflete uma estratégia do Irã – a grande força xiita no mundo muçulmano – de estender sua influência na região.

Em um vídeo do enforcamento vazado à imprensa, Saddam é visto sendo confrontado por gritos de "Muqtada, Muqtada" momentos antes de ser executado. O clérigo radical xiita Muqtada al-Sadr é o principal aliado do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, que pressionou por uma rápida sentença para Saddam.

Os manifestantes de Amã prometeram vingar a morte de Saddam com retaliações contra al-Sadr e acusaram o grupo xiita Hezbollah no Líbano de mero coadjuvante do Irã. Alguns cartazes traziam frases denunciando uma "crescente xiita" no Oriente Médio, em referência a um alerta do rei Abdullah II de que o Irã estaria aumentando sua influência por meio dos xiitas no Iraque, na Síria e no Líbano.

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