Celso Amorim destaca crescimento do Mercosul e recordes em exportações

Depois de encontro com o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Mercosul "não está à beira do fracasso", como muitos afirmam. Muito pelo contrário, destacou, "eu vejo o Mercosul crescendo e as nossas bases de exportações batendo recordes atrás de recordes".

Ele reconheceu, no entanto, que o Mercosul foi menos positivo do que poderia ter sido para as economias menores, como, por exemplo, a paraguaia. E afirmou que o bloco só vai atingir os seus reais objetivos ? como "o de propiciar uma verdadeira integração" ? se os países membros deixarem de priorizar apenas a questão tarifária. "A questão tarifária é muito importante, pois é ela que nos permite negociar com os outros países, mas temos também de encontrar formas, tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda, de incentivar uma verdadeira integração das cadeias produtivas", disse.

O chanceler do Uruguai também destacou, em entrevista à imprensa, a importância do Mercosul para aprofundar e desenvolver as relações comerciais, sociais e políticas entre os países da América do Sul. Sobre uma possível negociação bilateral do Uruguai com os Estados Unidos, Reinaldo Gargano disse não ser "conveniente" para o seu país.

As regras de um bloco econômico, no caso o Mercosul, do qual o Uruguai faz parte, determinam que as negociações comerciais precisam ser feitas com todos os países membros ? e não separadamente.

Sobre essa questão, Celso Amorim afirmou que acordos bilaterais oferecem vantagens apenas imediatas, e não a longo prazo, como acontece por exemplo com o Mercosul. "É preciso que o Mercosul mantenha a sua unidade, porque é daí que vem a sua força de negociar com as grandes economias. Muitas vezes é muito tentador, em um curto prazo, fazer um negociozinho que dá mais vantagem. Mas a longo prazo nós sabemos que a integração é muito melhor", defendeu.

No encontro de hoje os chanceleres também conversaram sobre as divergências entre Uruguai e Argentina por causa das duas fábricas de celulose que o governo uruguaio quer construir às margens do rio Uruguai, que separa os dois países. A Argentina alega que com as fábricas o rio será poluído. Já o Uruguai afirma que o projeto está de acordo com padrões internacionais e proporcionará empregos e investimentos para toda a região.

Amorim lembrou que essa questão tem sido motivo de preocupação para o Brasil, já que tanto a Argentina quanto o Uruguai são membros do Mercosul. Ele disse que o Brasil está disposto a ajudar e que espera que o impasse seja resolvido pela negociação, "de forma que se encontre uma solução adequada do ponto de vista de ambos os países".

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