Um dia após terem sabatinado os membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje a indicação de dez integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que deverá ser instalado no dia 7 e exercerá o controle externo da instituição. Protocolar, a sabatina serviu para que senadores expusessem as opiniões sobre o MP, entre as quais de que há um suposto exibicionismo no órgão, e pedissem ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que repense e aceite continuar no cargo.
Na platéia, estavam candidatos a sucedê-lo, como o corregedor do Ministério Público Federal (MPF), Wagner Gonçalves e a procuradora federal dos Direitos do Cidadão Ela Wiecko de Castilho.
Candidato de Fonteles e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a procurador-geral da República, o vice-procurador-geral, Antônio Fernando Souza, não esteve na sabatina. Ontem (17), Souza foi proclamado preferido também pela categoria. Numa consulta feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) sobre a sucessão, ele ficou em primeiro lugar. Na segunda posição, ficou Gonçalves e na terceira, Ela.
Ao sair do debate, Fonteles disse que a criação do CNMP e do CNJ "significa a abertura para a transparência e o controle social de instituições que eram herméticas". Aos senadores que pediram a permanência dele na chefia do MP, Fonteles afirmou que tem um compromisso com a família de deixar o cargo no dia 30 de junho, quando termina o mandato de dois anos, período no qual pediu a abertura de investigações contra várias autoridades, dentre as quais, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e o ministro da Previdência Social, Romero Jucá.