Capital boliviana vive dia calmo após nacionalização de reservas

Um dia após o anúncio de nacionalização do gás, a Bolívia teve hoje uma terça-feira normal, segundo informações da embaixada do Brasil em La Paz, capital do país. Não há comentários nem indícios de novas medidas. Os postos de gasolina bolivianos foram abastecidos normalmente e todos exibem faixas com a palavra "nacionalização".

A atitude de Evo Morales, que ontem (1º) colocou o exército nas refinarias de petróleo, foi uma surpresa também para os bolivianos. Reunidos na praça central, onde fica o palácio do governo, aguardavam um discurso de Morales sobre o Dia do Trabalhador, quando foram surpreendidos com a notícia. Logo após o anúncio, kombis foram abertas entregando as faixas de comemoração.

Em sua maioria, a população indígena ? que representa 85% dos bolivianos ? apóia Evo não apenas na nacionalização, mas também na forma como ela foi feita. Segundo a embaixada brasileira, os 15% restantes ? que são na maioria hispânicos ? discordam da atitude boliviano e temem que ação cause danos à própria Bolívia e que as empresas saiam do país.

O decreto presidencial 28.701, que decretou a estatização do gás era a principal promessa de campanha de Evo Morales, que tomou posse em janeiro deste ano. A posse significou a vitória da esquerda boliviana que, pela primeira vez, assumiu o poder. As três principais promessas de campanha de Evo eram a nacionalização das reservas, a convocação de uma assembléia constituinte ? que está sendo montada ? e a recuperação da saída para o mar, que foi perdida para o Chile em uma guerra.

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