Candidato à reeleição ao governo de Pernambuco acionará Lula no TSE

A assessoria jurídica da coligação União por Pernambuco, do governador-candidato Mendonça Filho (PFL), entrará amanhã no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, com ação contra a participação do presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no horário político de Eduardo Campos (PSB), que também disputa o governo do Estado. De acordo com os advogados, o presidente faz propaganda extemporânea e utilização indevida do horário eleitoral gratuito de outra candidatura, no caso a de Eduardo, onde aparece pedindo o "voto casado".

"O mais grave é que o presidente pede voto para si mesmo quando a campanha presidencial no rádio e na televisão só começa nesta quinta-feira", afirmou o advogado Humberto Vieira de Melo, ao argumentar porque a União vai pedir um minuto e 26 segundos do tempo do programa do presidente que ainda vai ao ar, por uso indevido de espaço publicitário.

A coligação também tenta impedir a veiculação de imagens do presidente pelo adversário socialista, através de ação impetrada anteontem no Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-PE). Lula teve 70% dos votos dos eleitores pernambucanos no primeiro turno e aparece no programa de Eduardo como seu cabo eleitoral, sem que o PSB integre a coligação nacional encabeçada pelo PT.

O advogado Antonio Campos, da Frente Popular – que dá suporte à candidatura de Eduardo Campos – argumenta que o PSB tem autorização pessoal do presidente Lula para utilizar sua imagem e apoio explícito e que o PT pernambucano formalizou seu apoio à candidatura de Eduardo, depois de ser derrotado no primeiro turno da eleição estadual (o candidato da legenda era o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, que se engajou na campanha do PSB). Até o final da tarde de ontem, o TRE não havia se manifestado sobre o assunto.

No programa gratuito da televisão, a União por Pernambuco, encabeçada pelo ex-governador e senador eleito Jarbas Vasconcelos (PDMB), cobra de Eduardo Campos resposta ao destino dos recursos obtidos através de empréstimo para pagamento de precatórios (em 1996, quando Eduardo era secretário de Fazenda do seu avô e então governador Miguel Arraes). O programa frisa que, atualizado, o valor do empréstimo seria hoje de R$ 1 bilhão. "O que foi feito desse dinheiro? Porque o candidato insiste em dizer vamos esquecer o passado?", indaga uma apresentadora, ao frisar a importância do passado de um candidato que quer governar Pernambuco.

É o próprio Jarbas quem aparece no vídeo para dizer que Mendonça Filho tem mãos limpas e é o melhor para Pernambuco e que os eleitores jovens não sabem o que fez Eduardo Campos quando teve poder na mão. Mostra arquivos de jornais da época e repete que recebeu o Estado quebrado, ao ser eleito em 1998.

No seu programa, Eduardo não toca na questão e diz que seu governo olha para o futuro. Sempre em um clima de alto astral e empolgação, mostra seus novos apoios – PTB, PT, PC do B. PMN – buscando vincular sua imagem ao novo, ao moderno, à visão de futuro comprometido com o social. Usa falas de professores e pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em seu favor e muitas imagens com o presidente Lula.

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