Cana tem futuro garantido

Uma enorme mancha de canaviais vai pontificar na paisagem agrícola da região Centro-Sul na safra correspondente a 2007/08, cobrindo um espaço equivalente a 5,74 milhões de hectares, que permitirão às usinas o processamento industrial de 413,459 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

A estimativa foi divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão filiado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a adição dos números da região nordestina, com área plantada de 1,22 milhão de hectares e produção estimada em 61,614 milhões de toneladas. Os dados conferem com as projeções da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que admite o processamento de 415 milhões de toneladas no Centro-Sul.

Até o final de novembro as usinas deverão encerrar o processo de moagem, sendo que em meados do mês já haviam atingido quase 95% do total previsto para a região. A Unica enfatizou que houve um crescimento de 11,2% sobre o desempenho registrado na safra de 2006/07, com a quebra do recorde na produção e processamento da planta açucareira.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que as produções de açúcar e álcool serão de 29,6 milhões de toneladas e 20,88 bilhões de litros, respectivamente. Na produção de álcool o aumento será de 19,5% em relação a igual período no ano passado, ratificando a expansão da demanda por etanol como alternativa ao combustível derivado de petróleo e, também, a oferta crescente de veículos automotivos equipados com motores flex.

Por outro lado, as projeções da Conab, que devem se manter praticamente inalteradas até o final da safra, também confirmam que a lavoura canavieira tem futuro assegurado no País, acusando os reflexos iniciais da implantação dos novos projetos de expansão industrial do setor sucroalcooleiro.

Tal expansão, no entanto, é motivo de preocupação para os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, que em conjunto elaboram um zoneamento ecológico para a produção de cana-de-açúcar, devendo concluir o trabalho em julho do próximo ano. As linhas básicas do projeto identificarão as áreas onde o plantio não causará danos ao meio ambiente, sobretudo às matas ciliares e ao cerrado.

A providência é inadiável, bastando lembrar os impactos negativos já causados sobre vários ecossistemas não protegidos contra o avanço da agropecuária extensiva.

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