Buratti depõe na Polícia Federal e nega participação no caso Gtech

O advogado Rogério Tadeu Buratti terminou há pouco o seu depoimento na sede da Polícia Federal, em Ribeirão Preto (SP), no inquérito que apura denúncias de executivos da Gtech de que teria negociado propina de R$ 6 milhões para intermediar a renovação do contrato da companhia americana com a Caixa Econômica Federal.

Ao deixar a polícia, Buratti negou qualquer participação no caso, mas admitiu que teria sido convidado por representantes da empresa para intermediar as negociações e que não aceitou. Na acusação, os executivos Gtech denunciaram ainda que a ação de Buratti seria imposta pelo ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz, também investigado no caso.

Buratti é ex-vice-presidente do Grupo Leão Leão e ex-secretário do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, durante o primeiro governo dele como prefeito de Ribeirão Preto, entre 1993 e 1996. Ele afirmou ainda que vem sendo vítima de perseguição do Ministério Público Estadual, órgão que lidera uma força-tarefa na apuração de irregularidades por parte de Buratti e da Leão Leão em licitações para a coleta de lixo em cidades do Estado de São Paulo. “Estou sendo vítima de perseguição e vou entrar com u ma representação na corregedoria do Ministério Público Estadual”, ameaçou Buratti, que afirmou ainda concordar com a iniciativa de promotores que pediram a quebra do seu sigilo bancário.

Para ele, a quebra do seu sigilo seria bom porque teria condições de se defender e comprovar que é inocente. Além de Buratti, sua mulher, Elza, prestou depoimento na Polícia Federal desde o início desta manhã. Ontem, Buratti já havia prestado depoimento em segredo na Polícia Civil de Ribeirão Preto em um inquérito no qual promotores pedem que seja apurado contra ele crime de falsidade ideológica na utilização, por parte da BBS Consultores Associados Ltda, de um endereço frio em um conjunto habitacional na cidade de Jardinópolis (SP) como sua sede.

Buratti, que é sócio-proprietário da BBS, depôs por meio de um precatório, já que o inquérito é comandado pela Polícia Civil de Jardinópolis, vizinha a Ribeirão Preto. O endereço da BBS em Jardinópolis é de Rosemar Mota Dias, filha de Lourdes Périco Dias, ex-copeira do Grupo Leão Leão.

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